EUA: mesmo com pandemia, Trump diz "não podemos manter o país parado durante anos", defendendo a reabertura do comércio (Alex Wong/Getty Images)
Isabela Rovaroto
Publicado em 6 de maio de 2020 às 17h14.
Última atualização em 6 de maio de 2020 às 18h56.
O presidente americano Donald Trump disse nesta quarta-feira, 6, que as consequências da nova pandemia de coronavírus atingiram os Estados Unidos com mais força do que o ataque a Pearl Harbor na Segunda Guerra Mundial ou os atentados de 11 de setembro.
"Passamos pelo pior ataque que já tivemos em nosso país. Este é realmente o pior ataque que já tivemos", disse a repórteres na Casa Branca. "Isso é pior que Pearl Harbor. Isso é pior que o World Trade Center", disse.
O bombardeio surpresa japonês em 1941 à base naval de Pearl Harbor no Havaí levou os Estados Unidos à Segunda Guerra Mundial.
Os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 mataram cerca de 3.000 pessoas, a maioria no World Trade Center, em Nova York, envolvendo o país em duas décadas de conflitos e operações antiterroristas no Iraque, no Afeganistão e em outros países.
Os Estados Unidos ultrapassaram a marca de 70.000 mortes relacionadas ao coronavírus e podem chegar a 100.000 antes do início de junho, de acordo com vários modelos epidemiológicos.
Trump também disse que abandonou a ideia de eliminar o comitê de crise do coronavírus, criado para organizar a resposta federal à pandemia.
"Eu não sabia o quão popular era esse grupo de trabalho", afirmou, acrescentando que "duas ou três" pessoas poderiam se juntar a ele. "É muito apreciado pelo público", insistiu.
Na terça-feira, o vice-presidente Mike Pence disse que a força-tarefa seria desfeita nas próximas semanas para retornar às operações tradicionais.
Mesmo ainda em meio à pandemia, Trump defendeu a reabertura da economia. "Não podemos manter o país parado durante anos, precisamos fazer algo", argumentou, em declarações a repórteres hoje na Casa Branca.
Questionado se isso não pode causar mais mortes, ele respondeu: "Espero que não seja o caso, mas pode ser, sim". Segundo ele, certas pessoas devem continuar em suas casas, especialmente aquelas com mais de 60 anos e as que possuem problemas de saúde, como diabetes e doenças cardíacas.
"Nós temos de ter nosso país reaberto de novo. E, veja, as pessoas querem voltar, nós teremos um problema se não acontecer isso", comentou.