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Coreias se reunirão nesta semana após anos de tensão

O encontro tem como objetivo resolver assuntos bilaterais pendentes, como o fechamento do complexo de Kaesong

Soldado caminha na fronteira entre Coreia do Norte e Coreia do Sul (REUTERS/Lim Byong-sik/Yonhap)

Soldado caminha na fronteira entre Coreia do Norte e Coreia do Sul (REUTERS/Lim Byong-sik/Yonhap)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2013 às 07h50.

Seul - As duas Coreias confirmaram nesta segunda-feira que realizarão um encontro em Seul para resolver assuntos pendentes e abrir uma etapa de entendimento que permita superar os constantes atritos dos últimos anos.

Após 17 horas e de várias rodadas de diálogo que se prolongaram até a madrugada, Sul e Norte concordaram em realizar entre quarta-feira e quinta-feira um encontro de altos funcionários de governo, o primeiro deste nível desde 2007, que acontecerá em um hotel do centro da capital sul-coreana.

O encontro tem como objetivo resolver assuntos bilaterais pendentes, como o fechamento do complexo de Kaesong, após meses de tensão pela recente campanha de ameaças do regime de Kim Jong-un e vários anos de relações ruins, nos quais os desencontros foram constantes.

A reunião concluída hoje, apesar de ter finalizado com um acordo, também foi marcada pelas divergências sobre a agenda do encontro e entre as autoridades.

Diante da falta de consenso, as duas Coreias se comprometeram a redigir dois comunicados separados, que reflitam suas posturas sobre os temas que devem ser incluídos na agenda e apontem quem deve liderar as respectivas delegações.

A Coreia do Sul desejava uma reunião ministerial com delegações lideradas por seu ministro da Unificação, Ryu Kihl-jae, e o diretor da Frente Unida do Partido dos Trabalhadores norte-coreano, Kim Yang-gon.

No entanto, a Coreia do Norte descartou uma reunião ministerial e expressou sua intenção de enviar outro alto funcionário, por isso o encontro será "governamental" e tanto a agenda como as listas das delegações seguem pendentes.

O mais urgente dos assuntos que previsivelmente serão abordados no encontro desta semana é o do complexo de Kaesong, um macroprojeto industrial com capital do Sul e mão de obra do Norte fechado desde que em abril Pyongyang retirou seus 53.000 trabalhadores, em plena campanha de hostilidades.


Espera-se, além disso, que Norte e Sul negociem a reabertura do enclave turístico conjunto do Monte Kumgang, fechado desde 2008, e abordem o reinício dos encontros de famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53), que não ocorrem desde o final de 2010.

Para comparecer a reunião de quarta-feira em Seul as autoridades norte-coreanas deverão atravessar por terra a fronteiriça Zona Desmilitarizada (DMZ), um fato com que despertou a esperança de que Pyongyang conecte de novo a linha de comunicação militar entre ambos os lados após cortá-la no final de março.

O Ministério da Defesa de Seul acredita que o regime de Kim Jong-un, que já reabriu na sexta-feira passada a linha de contato civil com o Sul, poderia habilitar de novo a militar para facilitar a comunicação durante a passagem de sua delegação.

Enquanto isso, a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, e os dois principais partidos políticos do país, celebraram hoje a notícia sobre o próximo e histórico encontro bilateral.

"Espero que as conversas entre o Sul e o Norte se desenvolvam adequadamente e produzam avanços", comentou Park durante uma reunião semanal com altos funcionários.

Já o líder do conservador partido governante Saenuri, Hwang Woo-yea, desejou que o próximo encontro dê lugar a "outros e novos modos de troca entre as Coreias".

Por sua parte, o secretário-geral do opositor Partido Democrático Unificado (PDU), Kim Han-gil, expressou sua esperança de que a reunião "conduza finalmente à reconciliação política e militar" entre Seul e Pyongyang.

Norte e Sul, que permanecem tecnicamente em conflito desde a Guerra da Coreia, já protagonizaram uma longa etapa de entendimento no início dos anos 2000, embora no final da década passada suas relações foram se deteriorando e até hoje não voltaram ao normal.

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