Representantes das Coreias do Sul (e) e do Norte: Kaesong é uma cidade localizada na fronteira entre os dois países (Korea Pool/Yonhap /Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2013 às 08h54.
Seul - As Coreias do Sul e do Norte chegaram a um acordo para retomar a atividade do complexo industrial conjunto de Kaesong, fechado unilateralmente pelo regime comunista no início de abril, informou nesta quarta-feira a agência "Yonhap".
Após seis encontros infrutíferos, os representantes dos dois países conseguiram fechar um acordo de cinco pontos que permitirá a reabertura do polígono, único projeto vigente entre as duas Coreias e no qual 54 mil funcionários norte-coreanos trabalhavam para 123 empresas do Sul.
"O acordo foi assinado por Kim Ki-woong, representante de Seul e seu colega norte-coreano Pak Chol-su", afirmou o Ministério de Unificação sul-coreano por meio de um comunicado.
Kaesong é uma cidade localizada na zona comunista da militarizada fronteira entre as duas Coreias. Embora não se tenha divulgado maiores detalhes sobre acordo, os dois países se comprometeram a não fechar mais o complexo.
A reunião realizada hoje era considerada "crítica" depois que no anterior encontro a Coreia do Sul afirmou que este seria a "última oportunidade" para se alcançar um acordo.
Os dois representantes também acertaram criar uma comissão mista responsável tanto pelo funcionamento do polígono de Kaesong como de estabelecer as indenizações para as empresas afetadas pelo fechamento.
Segundo os analistas, as empresas do Sul que trabalham no parque industrial calculam suas perdas em mais de US$ 900 milhões, segundo a última estimativa, de final de junho, enquanto o regime norte-coreano deixou de receber milhões de dólares em impostos sobre os salários de seus empregados.
A previsão é que o complexo volte a operar plenamente depois que a comissão mista realize uma visita de inspeção às instalações, informou a "Yonhap".
Após oito anos de funcionamento quase ininterrupto, Kaesong fechou em 8 de abril, quando a Coreia do Norte retirou seus operários como parte de uma campanha de hostilidade contra o Sul e Washington.