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Coreia do Sul tem receio com mudança constitucional no Japão

Modificação da Constituição japonesa que contempla a autodefesa coletiva foi recebida com receio pelos sul-coreanos


	Coreia do Sul: ação pode trazer desconfiança e levar ao confronto, diz imprensa
 (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Coreia do Sul: ação pode trazer desconfiança e levar ao confronto, diz imprensa (Chung Sung-Jun/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2014 às 13h06.

Seul - A histórica modificação da Constituição japonesa que contempla a "autodefesa coletiva" foi recebida com receio pelos sul-coreanos, que consideram que a mesma pode colocar em dúvida o compromisso pacifista assumido pelo Japão após a Segunda Guerra Mundial.

A imprensa sul-coreana se mostrou muito crítica nesta quarta-feira com a revisão promovida pelo primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe.

O jornal "Joongang" afirmou em seu editorial que a ação japonesa pode trazer "desconfiança" e levar ao "confronto".

"O pacifismo do Japão no pós-guerra está em uma encruzilhada", alertou a publicação, após prever que "se o Japão está preparado para usar sua força militar no exterior, isso poderá gerar um impacto significativo no equilíbrio de poder na região da Ásia-Pacífico".

O governo da Coreia do Sul, por sua vez, disse ontem que quando se trata de discussões sobre temas de segurança do Japão, o governo japonês "deveria dissipar as dúvidas e preocupações históricas abandonando seu revisionismo histórico e se comportando de maneira apropriada para ganhar a confiança de seus vizinhos".

Em relação à intervenção do Japão em conflitos no exterior para defender seus aliados, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores sul-coreano disse que "o direito à autodefesa coletiva não é algo que possa ser exercido indiscriminadamente em outro país" e que Tóquio deve pedir permissão para uma intervenção na península coreana.

O governo do Japão aprovou ontem uma histórica e polêmica revisão de sua Constituição pacifista adotada após a Segunda Guerra Mundial, que permitirá ao país, pela primeira vez, ajudar militarmente seus aliados se estes forem atacados, algo até então limitado pelo artigo 9 da Carta Magna.

Apesar de os EUA terem manifestado seu apoio à decisão de Tóquio, era esperado que a Coreia do Sul recebesse a mesma com receio, um país que ainda guarda ressentimentos pela colonização japonesa da península coreana (1910-1945), que continua causando conflitos diplomáticos bilaterais.

A polêmica modificação da Constituição do Japão também promete ser um dos principais assuntos que serão discutidos em Seul, na próxima sexta-feira, pela presidente sul-coreana, Park Geun-hye, e o mandatário chinês, Xi Jinping, que inicia amanhã uma visita de dois dias à capital sul-coreana.

A medida de Abe causou rejeição inclusive no próprio Japão com uma série de protestos e a desaprovação de mais da metade dos cidadãos, segundo as últimas pesquisas.

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