Mundo

Coreia do Sul pede 'retirada imediata' das tropas norte-coreanas da Rússia

Segundo a inteligência do país, a Coreia do Norte decidiu enviar 12 mil soldados para ajudar a Rússia; embaixador russo em Seul foi convocado pela diplomacia local

Homem observa jornais em Seul com a cobertura da decisão da Coreia do Norte de enviar milhares de soldados para a Rússia (AFP)

Homem observa jornais em Seul com a cobertura da decisão da Coreia do Norte de enviar milhares de soldados para a Rússia (AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 21 de outubro de 2024 às 07h18.

Última atualização em 21 de outubro de 2024 às 07h23.

Tudo sobreCoreia do Sul
Saiba mais

A Coreia do Sul convocou o embaixador da Rússia em Seul nesta segunda-feira, 21, para denunciar a decisão de Pyongyang de enviar milhares de soldados para apoiar Moscou em sua guerra na Ucrânia e pediu a "retirada imediata" dos militares.

Segundo a agência de inteligência sul-coreana, a Coreia do Norte decidiu enviar até 12 mil soldados para ajudar a Rússia. Quase 1.500 soldados das forças especiais norte-coreanas já estão na Rússia e devem ser transferidos para a frente de batalha em breve, segundo a mesma fonte.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Kim Hong-kyun, expressou as "graves preocupações" de Seul sobre o recente envio de tropas norte-coreanas à Rússia e pediu a "retirada imediata" e o "fim da cooperação neste âmbito", informou o ministério em um comunicado.

O vice-ministro disse ao embaixador russo na Coreia do Sul, Georgy Zinoviev, que o fornecimento de armas e tropas de Pyongyang à Rússia "constitui uma ameaça considerável à segurança, não apenas da Coreia do Sul, mas também da comunidade internacional".

As ações, alertou, "violam muitas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e da Carta das Nações Unidas".

O embaixador Zinoviev destacou que "a cooperação entre Rússia e Coreia do Norte acontece no âmbito do direito internacional e não é direcionada contra os interesses de segurança da República da Coreia", informou a embaixada russa em um comunicado.

A Otan, que não confirmou a presença de tropas norte-coreanas,  advertiu que a medida representaria "uma escalada significativa" no conflito.

"Conversei com o presidente sul-coreano (Yoon Suk Yeol) sobre a colaboração estreita entre a Otan e Seul", escreveu o secretário-geral da organização, Mark Rutte, na rede social X.

"O envio de tropas pela Coreia do Norte para combater com a Rússia na Ucrânia representaria uma escalada significativa", acrescentou.

As relações entre Pyongyang e Seul pioraram nos últimos meses e a Coreia do Norte, que possui armamento nuclear, se aproximou da Rússia, aliada do regime norte-coreano desde a sua fundação, após a Segunda Guerra Mundial.

Coreia do Sul e Estados Unidos afirmam há vários meses que o líder norte-coreano Kim Jong Un envia para a Rússia parte das armas que são utilizadas na Ucrânia.

O presidente russo, Vladimir Putin, fez uma visita incomum a Pyongyang em junho, quando os dois países assinaram um tratado de defesa mútua - os detalhes do acordo não foram revelados.

A viagem alimentou os rumores sobre novas transferências de armas, em violação das sanções adotadas pela ONU contra a Rússia e a Coreia do Norte.

Acompanhe tudo sobre:Coreia do SulCoreia do NorteRússiaSeulVladimir PutinKim Jong-un

Mais de Mundo

Após ser atingido por ciclones e terremotos em um mês, Cuba recebe ajuda internacional

Bruxelas diz que negociação com Mercosul está progredindo, mas não dá prazo para conclusão

EUA criticam mandados de prisão da Corte de Haia contra Netanyahu e ex-ministro

Em autobiografia, Angela Merkel descreve Trump como alguém 'fascinado' por autocratas