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Coreia do Sul e EUA iniciam manobras militares conjuntas

Ameaças e demonstrações de força são comuns em ambos os lados da linha de demarcação coreana desde o fim da guerra fratricida, há 60 anos


	Sul-coreanos queimam bandeira da Coreia do Norte após morte do líder do país comunista: Pyongyang ameaçou denunciar nesta segunda-feira o acordo de armistício que encerrou a guerra da Coreia de 1953
 (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Sul-coreanos queimam bandeira da Coreia do Norte após morte do líder do país comunista: Pyongyang ameaçou denunciar nesta segunda-feira o acordo de armistício que encerrou a guerra da Coreia de 1953 (Chung Sung-Jun/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2013 às 17h45.

Tropas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos iniciaram nesta segunda-feira as manobras militares anuais, muito criticadas pela Coreia do Norte, que ameaça Seul e Washington com um ataque nuclear, além de ter anunciado o fim do acordo de armistício e a suspensão da linha vermelha telefônica.

Coreia do Sul e Estados Unidos - que têm 28.500 soldados no sul da península - iniciaram manobras militares batizadas de "Key Resolve", parcialmente virtuais, mas que mobilizam milhares de soldados.

Como em todos os anos, Pyongyang condenou os exercícios, que compara a uma invasão do Norte pelo Sul com a ajuda de Washington.

As manobras acontecem depois de uma semana de forte tensão na península: Pyongyang ameaçou denunciar nesta segunda-feira o acordo de armistício que encerrou a guerra da Coreia de 1953, citou a possibilidade de "guerra termonuclear" e advertiu Washington sobre a exposição a um "ataque nuclear preventivo".

Este contexto explosivo acontece após o lançamento pela Coreia do Norte em dezembro de um foguete considerado por Seul e seus aliados como um míssil balístico, seguido de um terceiro teste nuclear em fevereiro e de novas sanções adotadas na sexta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU.

Após a votação da ONU, o regime norte-coreano anunciou que considerava nulos "todos os acordos de não agressão entre o Norte e o Sul".

O Rodong Sinmun, o jornal do Partido Comunista norte-coreano, confirmou nesta segunda-feira o "final completo" do acordo de armistício que encerrou a guerra da Coreia em 1953.

"Com o armistício que 'explodiu' (...) ninguém pode prever o que vai acontecer neste território a partir de agora", advertiu o jornal.


O ministério sul-coreano da Unificação - responsável pelas relações entre os dois vizinhos - anunciou que o Norte parece ter cumprido outra de suas ameaças: a suspensão do telefone vermelho entre Pyongyang e Seul para casos de emergência.

A linha, instalada em 1971, foi suspensa em cinco ocasiões pelo Norte, a última delas em 2010.

Ameaças e demonstrações de força são comuns em ambos os lados da linha de demarcação coreana desde o fim da guerra fratricida, há 60 anos, mas alguns observadores acreditam que a situação é tão tensa que o menor incidente pode ter graves consequências.

Segundo o Ministério sul-coreano da Defesa, o Norte prepara manobras para esta semana. Os quartéis localizados nas ilhas norte-coreanas próximas à fronteira marítima posicionaram seus canhões para o ataque, indicaram funcionários do ministério.

O Exército "está disposto a travar uma guerra total", lançou na sexta-feira o líder norte-coreano, Kim Jong-un, enquanto seu aliado chinês pediu "calma e moderação", instando ambas as partes a "evitar qualquer ação que possa agravar as tensões".

A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, que assumiu o posto há duas semanas, disse que a situação é "muito grave" e prometeu responder "com firmeza" a qualquer provocação do Norte.

A atual presidente reuniu seu gabinete ministerial nesta segunda-feira, pela primeira vez desde que seu mandato teve início, mas vários postos, entre eles a pasta da Defesa, seguem sem ocupante.

Seul iniciou uma investigação depois que notícias da imprensa indicaram que vários militares de alto escalão passaram o final de semana jogando golfe, em um momento de máxima tensão.

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