Mundo

Coreia do Sul diz que Norte deve testar míssil

País disse que existe uma "altíssima" probabilidade de que a Coreia do Norte teste um míssil de médio alcance a qualquer momento, como demonstração de força

Coreia do Sul: país disse também que a vigilância sobre a atividade do Norte foi reforçada. Veículos transportadores de mísseis foram vistos na província de Hamgyong do Sul, na costa leste da Coreia do Norte - possível local de um lançamento. (REUTERS/Lee Jae-Won)

Coreia do Sul: país disse também que a vigilância sobre a atividade do Norte foi reforçada. Veículos transportadores de mísseis foram vistos na província de Hamgyong do Sul, na costa leste da Coreia do Norte - possível local de um lançamento. (REUTERS/Lee Jae-Won)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2013 às 19h39.

Seul/Washington - A Coreia do Sul disse na quarta-feira que existe uma "altíssima" probabilidade de que a Coreia do Norte, após semanas de ameaças bélicas, teste um míssil de médio alcance a qualquer momento, como demonstração de força.

O chanceler Yun Byung-se disse que a Coreia do Sul havia pedido à China e à Rússia para interceder junto ao Norte a fim de amenizar as tensões, que se agravaram desde que o Conselho de Segurança da ONU impôs novas sanções a Pyongyang, em fevereiro, por causa do seu terceiro teste com armas atômicas.

Em Washington, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, disse que a Coreia do Norte está chegando perto de uma "linha perigosa" com suas ameaças quase diárias contra os EUA e a Coreia do Sul, e alertou que os EUA estão preparados para responder a qualquer movimento de Pyongyang.

"A Coreia do Norte está, com sua retórica belicosa... chegando muito perto de uma linha perigosa. Suas ações e palavras não ajudam a acalmar uma situação inflamável", disse Hagel em entrevista coletiva no Pentágono.

A maioria dos analistas diz que a Coreia do Norte não tem a intenção de iniciar um conflito que poderia levar à sua própria destruição, mas alertam para os riscos decorrentes de um eventual erro de cálculo na península da Coreia, um dos lugares mais militarizados do planeta.

Em Seul, o clima era de absoluta calma, já que os sul-coreanos estão acostumados às frequentes injúrias do regime comunista do Norte. A Bolsa local teve uma ligeira alta de 0,77 por cento, depois de atingir nesta semana seu menor nível em quatro meses e meio, mas o movimento continua fraco, num sinal de que as ameaças norte-coreanas perturbam o cenário.

A Coreia do Sul disse também que a vigilância sobre a atividade do Norte foi reforçada. Veículos transportadores de mísseis foram vistos na província de Hamgyong do Sul, na costa leste da Coreia do Norte - possível local de um lançamento.

A Coreia do Norte celebrará várias datas cívicas do seu regime nos próximos dias, as quais podem servir de pretextos para demonstrações de força militar. Elas incluem o primeiro aniversário da ascensão oficial do líder Kim Jong-un ao poder, o 20º aniversário da ascensão do pai dele, Kim Jong-il (que morreu em 2011), e o aniversário de nascimento, já na próxima segunda-feira, do avô de Kim, o fundador do Estado norte-coreano, Kim Il-sung.


As ameaças quase diárias das últimas semanas contra a Coreia do Sul e os EUA desapareceram da imprensa estatal norte-coreana na quarta-feira, quando o foco se voltou em grande parte às iminentes festividades.

A TV estatal mostrou concentrações populares, inclusive de mulheres em trajes tradicionais, escutando discursos, depositando flores em monumentos e participando de um concurso culinário.

A agência de notícias KCNA disse que o povo está "empenhado ao máximo em decorar as cidades". Outro despacho relatava uma "disparada na produção" de carvão, aço, ferro e madeira, com cifras mostrando que as metas trimestrais foram amplamente superadas.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCoreia do NorteCoreia do SulGuerras

Mais de Mundo

Trump assina memorando para iniciar oficialmente transição presidencial

China considera como "especulações" relatos sobre investigação contra ministro da Defesa

Trump escolhe Kevin Hassett para liderar Conselho Econômico Nacional

Conflito entre Israel e Hezbollah deixa mais de 3,8 mil mortos e 1,3 milhão de deslocados no Líbano