Mundo

Coreia do Sul diz que acordo de escravas sexuais é falho

Uma comissão sul-coreana criada para investigar o acordo concluiu na quarta-feira que ele não atendeu as necessidades das vítimas

Estátua de mulher de conforto na Coreia do Sul: "O acordo não soluciona a questão das mulheres de consolo", disse Moon (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Estátua de mulher de conforto na Coreia do Sul: "O acordo não soluciona a questão das mulheres de consolo", disse Moon (Chung Sung-Jun/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 28 de dezembro de 2017 às 14h34.

Seul - O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, disse nesta quinta-feira que um acordo firmado em 2015 com o Japão a respeito das"mulheres de consolo" sul-coreanas, forçadas a trabalhar nos bordéis japoneses nos tempos de guerra, tem falhas graves depois de o Japão dizer que qualquer tentativa de revisá-lo poderia prejudicar as relações.

Uma comissão sul-coreana criada para investigar o acordo concluiu na quarta-feira que ele não atendeu as necessidades das milhares de meninas e mulheres, muitas delas coreanas, obrigadas a trabalhar em bordéis militares japoneses, chamadas eufemisticamente de "mulheres de consolo" no Japão.

O anúncio colocou as relações em dúvida no momento em que os dois países, aliados importantes dos Estados Unidos, tentam conter os programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte.

"O acordo não soluciona a questão das mulheres de consolo", disse Moon, qualificando o pacto como "um acordo político que exclui as vítimas e o público" e viola princípios gerais da sociedade internacional, de acordo com um comunicado emitido por seu gabinete.

Uma porta-voz do Ministério de Relações Exteriores japonês disse que seu país comunicou sua posição à Coreia do Sul por meio de canais diplomáticos depois das declarações de Moon, reiterando o comentário feito pelo chanceler Taro Kono na quarta-feira de que qualquer tentativa de alterar o pacto seria "inaceitável" e tornaria as relações "inadministráveis".

A agência de notícias japonesa Kyodo citou uma fonte não identificada do governo de Tóquio segundo a qual agora se tornou difícil para o primeiro-ministro Shinzo Abe visitar a Coreia do Sul a tempo para a Olimpíada de Inverno de Pyeongchang em fevereiro, um possível sinal do esfriamento da relação.

Acompanhe tudo sobre:abuso-sexualCoreia do SulGuerrasJapão

Mais de Mundo

China anuncia incentivos para impulsionar mercado de ações

Como hotéis de luxo de Washington fazem para receber presidentes com discrição

Venezuela mobiliza 150 mil homens em exercícios militares para 'garantir soberania'

Em Davos, Milei pede que países abracem 'batalha pela liberdade'