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Coreia do Sul ameaça represália em caso de provocação

Os Estados Unidos enviaram caças F-22 à península, em um momento de grande tensão com o regime norte-coreano


	Dois bombardeiros B-2 participam de manobras dos EUA na Coreia do Sul: os governos da Coreia do Sul e Estados Unidos já alertaram Pyongyang sobre as severas repercussões de qualquer agressão.
 (AFP)

Dois bombardeiros B-2 participam de manobras dos EUA na Coreia do Sul: os governos da Coreia do Sul e Estados Unidos já alertaram Pyongyang sobre as severas repercussões de qualquer agressão. (AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2013 às 15h26.

Seul - A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, ameaçou nesta segunda-feira com uma "enérgica" represália qualquer provocação da Coreia do Norte, com o respaldo dos Estados Unidos, que enviaram caças F-22 à península, em um momento de grande tensão com o regime norte-coreano.

No sábado, Pyongyang anunciou que se encontrava em "estado de guerra" com a Coreia do Sul. As duas Coreias estão tecnicamente em guerra, pois a Guerra da Coreia de 1950-53 terminou com um armistício, e não com um tratado de paz.

A presidente sul-coreana, líder dos conservadores e falcões do país, se reuniu com altos oficiais das Forças Armadas e com o ministro da Defesa, Kim Kwan-jin. Park disse que leva a sério as ameaças diárias do Norte.

"Acredito que devemos executar uma represália enérgica e imediata, sem nenhuma outra consideração política se (a Coreia do Norte) protagonizar qualquer provocação contra nosso povo", disse.

O ministro da Defesa afirmou que Seul executará, em caso de necessidade, ataques preventivos contra as instalações nucleares e militares norte-coreanas.

"Nós realizaríamos rapidamente o que se chama de 'dissuasão ativa' para neutralizar as ameaças nucleares e balísticas do Norte", advertiu.

A tensão na Península Coreana é grande desde dezembro, quando o Norte executou com sucesso um lançamento de foguete, considerado pelos Estados Unidos e a Coreia do Sul como um disparo de teste de míssil balístico.


Depois, Pyongyang executou em fevereiro o terceiro teste nuclear, o que provocou a adoção, no início de março, de novas sanções pelo Conselho de Segurança da ONU.

A escalada não cessou desde então.

Park, uma política conservadora que defendeu uma relação de compromisso cauteloso com o Norte durante a campanha eleitoral, passou a adotar uma linha mais dura desde que assumiu o poder em fevereiro, pouco depois da Coreia do Norte executar seu terceiro teste nuclear.

As tensões militares entre as duas nações aumentaram de maneira dramática nas últimas semanas, quando a Coreia do Norte intensificou a retórica belicista contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

Em protesto contra as manobras militares conjuntas realizadas por Coreia do Sul e Estados Unidos, o governo do Norte declarou nulo o armistício que interrompeu a guerra da Coreia em 1953 e ameaçou com um "ataque nuclear preventivo" contra alvos sul-coreanos e americanos.

Os governos da Coreia do Sul e Estados Unidos já alertaram Pyongyang sobre as severas repercussões de qualquer agressão. Washington enviou à região bombardeiros B-52 e B-2, com capacidade de cargas nucleares, assim como caças F-22.

Nesta segunda, um porta-voz das forças americanas informou que caças F-22 Raptor chegaram no domingo à Coreia do Sul para participar dos exercícios anuais "Foal Eagle", que prosseguem até 30 de abril.

No domingo, o líder norte-coreano Kim Jong-un presidiu uma reunião do comitê central do partido único, o Partido do Trabalho. O comitê decidiu que o direito de possuir armas nucleares "deverá estar inscrito na lei" e que seu arsenal será melhorado "em qualidade e em quantidade".

No sábado, a Rússia pediu às duas Coreias e aos Estados Unidos "mais responsabilidade e moderação".


O secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, destacou que Washington não se deixará intimidar pelas ameaças bélicas de Pyongyang e está preparado para enfrentar "qualquer eventualidade".

Ainda nesta segunda, a Coreia do Norte anunciou a nomeação de um novo primeiro-ministro, o economista Pak Pong-Ju, um mudança que foi confirmada pelo Parlamento, informou a agência oficial KCNA.

Pak, especialista em economia de 74 anos, tomou posse durante a sessão anual do Parlamento e substitui Choe Yonq Rim.

Pak já ocupou o cargo de primeiro-ministro entre 2003 e 2007, quando tentou estimular tímidas reformas ao conceder mais autonomia às empresas estatais e reduzir o controle estatal no racionamento de alimentos e de outros bens de primeira necessidade.

Ao que parece, após uma forte reação do Partido do Trabalho (comunista) e do Exército, Pak foi suspenso de suas funções em junho de 2006 e destituído no ano seguinte.

O Parlamento adotou uma legislação especial que formaliza a situação da Coreia do Norte como país com armas nucleares, "para sua autodefesa".

Esse documento sobre a "consolidação da posição de Estado que possui armas nucleares para a autodefesa" foi adotado por unanimidade, assim como duas leis sobre o desenvolvimento no âmbito espacial e sobre a criação de um escritório estatal encarregado desse desenvolvimento, segundo a KCNA.

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