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Coreia do Sul admite não ter provas sobre desvios do Norte

O governo anterior alegou que a Coreia do Norte desviou salários pagos a trabalhadores em um parque industrial para financiar programas de armas

Parque industrial: a decisão de suspender o projeto de Kaesong foi tomada "unilateral e verbalmente" pela antecessora de Moon (Lee Jin-man/Pool/Files/Reuters)

Parque industrial: a decisão de suspender o projeto de Kaesong foi tomada "unilateral e verbalmente" pela antecessora de Moon (Lee Jin-man/Pool/Files/Reuters)

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Reuters

Publicado em 28 de dezembro de 2017 às 11h25.

Seul - A Coreia do Sul disse nesta quinta-feira que "aceita humildemente" que não há provas de que a Coreia do Norte desviou salários pagos por empresas sul-coreanas a trabalhadores norte-coreanos em um parque industrial hoje fechado para financiar programas de armas de Pyongyang, como alegado pelo governo anterior da Coreia do Sul.

O Ministério da Unificação sul-coreano comentou as descobertas de uma comissão que contradisse as acusações do governo anterior de que Pyongyang transferiu dinheiro do parque industrial conjunto enquanto desenvolvia seus programas nuclear e de mísseis, desafiando sanções da Organização das Nações Unidas (ONU).

A pasta informou que adotará medidas subsequentes para fortalecer a transparência e a confiança pública em suas políticas para o vizinho do norte.

No ano passado a Coreia do Sul disse que a maior parte do dinheiro que ia para o complexo industrial conjunto de Kaesong estava sendo desviada, acusação feita quando se retirou do projeto bilateral em reação ao lançamento norte-coreano de um míssil de longo alcance.

Em julho, dois meses depois de o presidente liberal Moon Jae-in ser eleito, uma autoridade do governo de Seul disse não haver provas definitivas que sustentassem a afirmação.

A decisão de suspender o projeto de Kaesong foi tomada "unilateral e verbalmente" pela antecessora de Moon, a presidente destituída Park Geun-hye, um dia depois do teste de míssil e sem qualquer discussão formal com o governo, disse a comissão indicada pelo Ministério da Unificação.

"O gabinete presidencial inseriu o argumento de desvio de salários como um motivo grave, mas sem informações concretas, indícios suficientes e consultas com agências relacionadas, citando principalmente depoimentos de desertores que carecem de objetividade e credibilidade", afirmou Kim Jong-soo, padre que comanda a comissão, em uma coletiva de imprensa.

"Isso debilita a legitimidade da decisão e pode enfraquecer nossos argumentos para uma retomada futura do complexo, além de prejudicar os direitos das empresas de proteger seus ativos devido ao processo de retirada precipitado".

Cerca de 120 companhias sul-coreanas pagaram cerca do dobro do salário mínimo de 70 dólares da Coreia do Norte a cada um dos 55 mil funcionários que trabalhavam em Kaesong.

O projeto resultou da primeira cúpula intercoreana em 2000, quando líderes das duas Coreias prometeram reconciliação e cooperação, o último símbolo sobrevivente da reaproximação dos vizinhos em meio ao esfriamento das relações na fronteira.

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