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Coreia do Norte rejeita proposta de diálogo sul-coreana

Em nota publicada hoje pela agência estatal de notícias norte-coreana, Pyongyang considerou proposta de diálogo sugerida pelo presidente sul-coreano de "vazia"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2013 às 11h05.

Seul - A Coreia do Norte descartou neste domingo a proposta de diálogo de Seul, enquanto a região aguarda um possível lançamento de mísseis por parte do regime comunista coincidindo com a celebração amanhã do aniversário de seu fundador, Kim Il-sung.

Em uma nota publicada hoje pela agência estatal de notícias norte-coreana 'KCNA', Pyongyang considerou a proposta de diálogo sugerida nesta semana pelo presidente sul-coreano, Park Geun-hye, de 'vazia' e 'um estratagema astuto para ocultar a política da Coreia do Sul voltada ao confronto'.

Park disse na quinta-feira passada que tinha intenção de 'falar com a Coreia do Norte' para melhorar o ambiente de tensão que paira sobre a península coreana por causa das intensas ameaças bélicas levada a cabo por parte Pyongyang há mais de um mês.

Neste sentido, o secretário de Estado americano, John Kerry, que se encontra viajando pela Ásia oriental, se mostrou de acordo com a proposta de Park neste domingo em Tóquio.

Durante uma entrevista coletiva na capital japonesa, Kerry insistiu que é necessária uma 'resolução pacífica' para a situação tensa que vive a zona devido às ameaças bélicas lançadas desde março pela Coreia do Norte.

O responsável da diplomacia americana afirmou que seu país 'fará o necessário para defender seus aliados Japão e Coreia do Sul das ameaças norte-coreanas', mas disse que os Estados Unidos preferem a mesa de negociação como fórmula de resolução do conflito.

Através de um comunicado conjunto com Pequim, Kerry já defendeu ontem a via pacífica e a desnuclearização da península como formas para solucionar o conflito.

O endurecimento na retórica do regime comunista aconteceu no princípio de março, quando a ONU ampliou sanções contra Coreia do Norte por seu teste nuclear de fevereiro.

Desde então, o regime ameaçou ininterrupta e insistentemente a Coreia do Sul e os EUA, com os quais está tecnicamente em guerra há mais de 60 anos, e condenou os exercícios conjuntos que ambos aliados realizam neste momento e até finais de abril como todo ano na península.


A nota da 'KCNA', que reunia declarações de um porta-voz do Comitê norte-coreano para a Reunificação de Coreia, considerou que tais manobras militares, nas quais Washington incluiu aviões e navios com capacidade para efetuar ataques nucleares, são as responsáveis pelo clima de tensão vivido nestes dias.

'Sob essas circunstâncias, é possível levar a cabo um diálogo? Esse diálogo não teria nenhum sentido', concluiu a nota.

Em sua campanha para alimentar a incerteza na região, Pyongyang anunciou no último mês o cancelamento unilateral do cessar-fogo que pôs fim à guerra entre as duas Coreias em 1953, e que reiniciará seu programa nuclear de enriquecimento de urânio.

Também suspendeu por enquanto as operações no parque industrial intercoreano de Kaesong e, segundo imagens tiradas por satélite, mobilizou, no início desta semana, mísseis de curto e médio alcance em sua costa oriental.

A inteligência sul-coreana considera que Pyongyang poderia realizar em breve como forma de teste um ou vários lançamentos para comemorar o aniversário do nascimento do fundador do país, Kim Il-sung, celebrado amanhã e maior festividade na Coreia do Norte, chamada o 'Dia do Sol'.

Devido aos preparativos para a data, o ambiente hoje em Pyongyang se mostrou tranquilo e festivo, sem sinais de que preparam um lançamento iminente, segundo informações do escritório da agência de notícias japonesa 'Kyodo' da capital norte-coreana.

Muitas pessoas deixaram flores nas efígies de Kim, que faleceu em 1994, enquanto bandeirinhas nacionais e outros símbolos comemorativos deecoram as principais ruas da cidade, onde hoje foi disputada uma maratona com participantes de dez países, informou 'Kyodo'.

Os especialistas da Coreia do Sul acreditam que o regime comunista liderado por Kim Jong-un, neto de Kim Il-sung, não tem intenção de iniciar uma guerra e emprega suas ameaças como estratégia para reforçar a posição de seu governo totalitário dentro do país e perante o exterior.

O próprio Kim Jong-un não aparece em público há duas semanas, o que é bastante frequente no país mais hermético do mundo, embora se espere que ele lidere amanhã o desfile militar que o regime costuma realizar todo 15 de abril em Pyongyang para prestar homenagem a Kim Il-sung e seus descendentes. 

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