Tóquio - A Coreia do Norte realiza neste domingo um pleito para escolher os novos deputados da Assembleia Popular Suprema, principal órgão legislativo do país, os primeiros desde que Kim Jong-un assumiu o poder em 2011.

As eleições contavam com uma participação superior a 90% por volta da metade da jornada eleitoral, segundo informou em um breve comunicado a agência estatal norte-coreana 'KCNA'.

O Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte possui atualmente uma maioria arrasadora no Parlamento (601 deputados), enquanto o resto é composto por partidos menores, todos eles ligados à ideologia do socialismo 'juche' (auto-suficiência) que rege o Estado norte-coreano desde sua fundação em 1948.

O pleito acontece cinco anos depois do último, em março de 2009, e a expectativa é que voltem a encher as cadeiras do Parlamento os políticos mais fiéis ao líder Kim Jong-un, segundo a interpretação de analistas sul-coreanos citados pela agência local 'Yonhap'.

As eleições, no entanto, poderiam refletir possíveis mudanças na estrutura de poder do hermético regime norte-coreano destinados a consolidar ainda mais a liderança de Kim, de 31 anos.

Em particular, os observadores externos estarão atentos a quantos membros da assembleia serão substituídos por novos deputados jovens, depois que Kim executou em dezembro seu tio, considerado até então o número dois do regime, Jang Song-thaek, acusado de traição.

Kim se apresenta como candidato do distrito eleitoral 110, na área do monte Paektu e próximo à fronteira com a China, assinalado pelo regime norte-coreano como lugar de nascimento de seu pai, o ditador Kim Jong-il, falecido em 2011.

No pleito anterior foi registrada uma participação de 99,98% e se elegeram deputados para os 687 distritos eleitorais do país.

Na prática, o principal órgão legislativo do país tem como função referendar as decisões tomadas pela cúpula do Partido dos Trabalhadores, liderada por Kim.

A previsão é que os resultados das eleições sejam anunciados nesta segunda-feira.