As imagens da televisão estatal norte-coreana 'KCTV' mostraram o corpo do ditador sobre um pedestal de flores brancas e vermelhas (North Korean TV/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2011 às 10h11.
Seul - De luto oficial pela morte de Kim Jong-il, a Coreia do Norte expos nesta terça-feira o corpo de seu 'querido líder' em uma cerimônia realizada em Pyongyang, onde Kim Jong-un, o filho mais novo e sucessor, prestou suas últimas homenagens.
As imagens da televisão estatal norte-coreana 'KCTV' mostraram o corpo do ditador sobre um pedestal de flores brancas e vermelhas, vestido com o tradicional uniforme militar caqui e coberto com a bandeira vermelha do Partido dos Trabalhadores.
Centenas de oficiais desfilaram pelo velório no Palácio Memorial de Kumsusang, situado nos arredores da capital norte-coreana, onde o corpo de Kim Il-sung, fundador do país e líder desta poderosa dinastia, também foi velado há 17 anos.
Acompanhado por figuras de alto cargo do Partido dos Trabalhadores, do Estado e das Forças Armadas, o filho mais novo e designado herdeiro do ditador, Kim Jong-un, prestou suas últimas homenagens em uma 'solene' cerimônia.
Segundo a agência estatal 'KCNA', que apresenta uma campanha de enaltecimento do sucessor e o qualifica como um 'respeitado guia', indicou que Kim Jong-un teve alguns momentos de silêncio diante do corpo de seu pai, o qual permanecerá no Memorial de Kumsusang até o dia 28, quando será realizado seu enterro.
A 'KCNA' também especificou que nenhuma delegação estrangeira foi convidada para acompanhar o velório e o funeral do ex-líder norte-coreano, que morreu no último sábado por causa de um infarto durante uma viagem em trem.
A Coreia do Sul, que em um princípio tinha evitado expressões de condolência pela morte do ditador, ofereceu nesta terça-feira seus pêsames 'aos cidadãos norte-coreanos', informou a agência local 'Yonhap'.
O ministro sul-coreano de Unificação, Yu Woo-ik, espera que o Norte consiga 'restaurar sua estabilidade o mais rápido possível, além de trabalharem juntos pela paz e pela estabilidade da península coreana'.
No entanto, as autoridades de Seul afirmaram que não enviará nenhuma delegação ao vizinho comunista, mas permitirá que os familiares do falecido ex-presidente sul-coreano, Kim Dae-jung, e de Hyundai Chung Mong-hun, também ex-presidente, viajem para esse país.
Segundo o ministro de Unificação da Coreia do Sul, o Governo decidiu fazer esta concessão porque o regime de Pyongyang também enviou delegações para acompanhar o velório de Kim Dae-jung (que protagonizou a primeira cúpula intercoreana com Kim Jong-il) e de Chung Mong-hun (promotor do desenvolvimento empresarial no norte).
A notícia da morte do líder norte-coreano, considerado uma ameaça por parte da Coreia do Sul, gerou uma reação oposta nos moradores do país vizinho. 'Me sinto muito feliz. Morreu um genocida', indicou Lee Woo-kwan, um empregado de Seul, que se mostrou 'indiferente' diante da possibilidade de uma futura reunificação.
Para a jovem Kang Hye-in, uma adolescente de 14 anos, Kim Jong-il era simplesmente uma figura 'negativa', responsável 'pela morte de milhares de pessoas' e, por isso, se mostrou 'contente' com a notícia.