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Coreia do Norte prepara delegação para Jogos Olímpicos de Inverno

O Comitê Olímpico Norte-coreano deixou passar a data limite de 30 de outubro para confirmar a participação dos dois patinadores

Os anéis olímpicos na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Inverno em Sochi (Phil Noble/Reuters/Reuters)

Os anéis olímpicos na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Inverno em Sochi (Phil Noble/Reuters/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de janeiro de 2018 às 16h23.

No momento em que as Coreias do Norte e do Sul parecem dispostas a tentar uma aproximação, a dupla de patinadores Ryom Tae-Ok e Kim Ju-Sik precisará de companheiros de outras modalidades para formar uma delegação norte-coreana nos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang.

Foi em 29 de setembro do ano recém-concluído que Ryom, 18 anos, e Kim, de 25, ganharam o direito de realizar o sonho olímpico

Em Oberstdorf, na Alemanha, a dupla terminou na sexta colocação da prova classificatória, patinando no ritmo da música "Je ne suis qu'une chanson", interpretada pela cantora canadense Ginette Reno. Mas a participação da dupla nos Jogos de PyeongChang se mantém suspensa no ar desde então.

O Comitê Olímpico Norte-coreano deixou passar a data limite de 30 de outubro para confirmar a participação dos dois patinadores perante a Federação Internacional de Patinagem (ISU), mas os atletas ainda poderiam disputar os Jogos com um convite do Comitê Olímpico Internacional (COI).

O convite do COI poderia se estender a outras disciplinas e incluir atletas norte-coreanos que não puderam se classificar.

"O COI afirma que a Coreia do Norte poderia tomar parte em todas as disciplinas", explicou à AFP Lee Hee-Beom, presidente do Comitê Organizador dos Jogos de PyongChang. "Mas a Coreia do Norte enviará atletas na patinagem artística, patinagem de velocidade, cross-country e hóquei sobre gelo feminino", adiantou.

Uma porta aberta

Na segunda-feira, o líder norte-coreano Kim Jong-Un deixou a porte aberta para uma possível participação de atletas do país em PyeongChang.

"Estamos dispostos a tomar as medidas necessárias" para "enviar nossa delegação" aos Jogos Olímpicos, declarou o líder em mensagem de Ano Novo aos norte-coreanos.

Coreia do Norte e Coreia do Sul estão tecnicamente em guerra, apesar da existência desde 1953 de um pacto de não agressão entre os dois países.

As relações esportivas entre os dois países vivem momentos de maior ou menor tensão. O Norte boicotou os Jogos Olímpicos de verão de Seul-1988 e se recusou a participar das eliminatórias para a Copa do Mundo de futebol de 2002, sediada por Coreia do Sul e Japão.

Desde Seul-1988, a Coreia do Norte enviou atletas a cinco das últimas oito edições dos Jogos Olímpicos de inverno. Não houve representantes norte-coreanos nas edições de Sochi-2014, Salt Lake City-2002 e Lillehammer-1994.

Em Albertville-1992, na França, houve inclusive um recorde de 20 representantes norte-coreanos, com uma medalha de bronze conquistada na patinagem de velocidade (500 m feminino).

Na história dos Jogos de inverno a Coreia do Norte ganhou duas medalhas, a primeira também vindo na patinagem de velocidade, uma prata nos 300 m feminino em Innsbruck-1964.

PyeongChang se encontra geograficamente a apenas 80 quilômetros da fronteira militarizada com a Coreia do Norte.

Tanto Seul como o COI desejam que a Coreia do Norte participe destes "Jogos Olímpicos da Paz". Mas a presença dos norte-coreanos em eventos esportivos depende muito da evolução da situação política e militar na península.

A tensão na Coreia é especialmente alta nos últimos meses, com a continuação dos programas nuclear e balístico do Norte e das trocas de ameaças entre Kim Jong-Un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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