Fronteira entre Coreia do Norte e Coreia do Sul: "Se nosso exército precisasse atingir um alvo militar, teríamos utilizado potentes armas de fogo e não três minas" (REUTERS/Lim Byong-sik/Yonhap)
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2015 às 08h57.
Seul - A Coreia do Norte negou nesta sexta-feira seu envolvimento na recente explosão de três minas que mutilaram dois soldados sul-coreanos perto da fronteira, um fato que Seul atribuiu a um ataque direto do regime de Kim Jong-un.
"Se nosso exército precisasse atingir um alvo militar, teríamos utilizado potentes armas de fogo e não três minas", afirmou a Comissão Nacional de Defesa da Coreia do Norte em comunicado divulgado pela agência estatal "KCNA".
O organismo de Pyongyang afirmou ainda que a acusação de Seul "não faz sentido" e é uma das "invenções" do governo da conservadora Park Geun-hye em sua estratégia de culpar o regime comunista por todos os fatos que ocorrem na Coreia do Sul.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, por sua parte, rejeitou imediatamente o comunicado norte-coreano e reiterou que o país vizinho pagará as consequências por suas ações.
Pyongyang demorou quatro dias em negar seu envolvimento desde que na segunda-feira Seul lhe acusou diretamente de ter realizado o ataque.
A explosão, ocorrida no último dia 4, feriu gravemente dois soldados sul-coreanos que patrulhavam a Zona Desmilitarizada (DMZ), a 440 metros da fronteira com Coreia do Norte.
Um deles perdeu as duas pernas, enquanto o outro sofreu a amputação de um pé após a detonação.
Como resposta, Seul retomou a "guerra psicológica" ao reativar pela primeira vez em mais de uma década os alto-falantes na fronteira que enviam mensagens contra o regime dos Kim, além de emitir uma ordem de alerta máximo na região e preparar sua artilharia perante a possibilidade de novas agressões.
As forças armadas sul-coreanas também ameaçaram tomar represálias adicionais, sem oferecer detalhes.
Norte e Sul permanecem tecnicamente enfrentados desde a Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com um armistício, nunca substituído por um tratado de paz definitivo.