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Coreia do Norte mantém produção nuclear ativa, afirma Seul

Estimativas apontam que arsenal norte-coreano permitiria fabricar dezenas de armas nucleares

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 08h19.

A Coreia do Norte pode possuir até duas toneladas de urânio altamente enriquecido, afirmou nesta quinta-feira, 25, o ministro sul-coreano da Unificação, Chung Dong-young.

"Segundo as estimativas dos especialistas, incluindo a Federação de Cientistas Americanos, eles possuem atualmente quase 2.000 quilos de urânio altamente enriquecido, com uma pureza de 90% ou mais", declarou o ministro.

Produção de armas nucleares

"Neste exato momento, as centrífugas de urânio da Coreia do Norte estão operando em quatro instalações", disse Chung Dong-young à imprensa.

Durante anos, o Ministério da Defesa da Coreia do Sul afirmou que o Norte tinha uma quantidade "significativa" de urânio altamente enriquecido, usado para produzir ogivas nucleares. Mas a declaração de Chung é uma rara confirmação pública.

"Cinco ou seis quilos de plutônio são suficientes para fabricar uma bomba nuclear", destacou.

Segundo o ministro, 2.000 quilos de urânio altamente enriquecido, que poderiam ser reservados para a produção de plutônio, seriam "suficientes para fabricar uma quantidade enorme de armas atômicas".

Capacidade nuclear da Coreia do Norte

O urânio enriquecido é o ingrediente chave para fabricar bombas atômicas porque pode ser convertido em plutônio por meio de combustão em um reator nuclear.

De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), são necessários 42 quilos de urânio altamente enriquecido para uma bomba atômica, o que significa que 2.000 quilos seriam suficientes para 47 armas nucleares.

Apelo por diálogo com os EUA

Chung afirmou que "interromper o desenvolvimento nuclear da Coreia do Norte é um assunto urgente", mas destacou que as sanções não serão eficazes e que a única solução é uma reunião de cúpula entre Pyongyang e Washington.

Nesta semana, o líder norte-coreano Kim Jong Un declarou estar aberto a dialogar com os Estados Unidos, mas condicionou as negociações à manutenção do arsenal nuclear de seu país.

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