Coreia do Norte: país realizou dois disparos de mísseis de curto alcance que caíram no Mar do Japão (narvikk/Getty Images)
AFP
Publicado em 25 de julho de 2019 às 06h32.
A Coreia do Norte realizou nesta quinta-feira dois disparos de mísseis de curto alcance que caíram no Mar do Japão, segundo fontes de Estados Unidos e Coreia do Sul, em mais um capítulo da tensão regional.
Segundo o Estado-Maior das Forças Armadas da Coreia do Sul, os projéteis disparados por Pyongyang foram, definitivamente, mísseis de curto alcance.
"Posso confirmar que foi de curto alcance", disse à AFP uma fonte do governo americano, sem especificar o horário do lançamento.
O oficial destacou que "não está claro se [o líder norte-coreano] Kim Jong Un supervisionou pessoalmente os lançamentos".
A mesma fonte acrescentou que analistas sul-coreanos e americanos já começaram a estudar os dados sobre o lançamento.
O Estado-Maior das Forças Armadas sul-coreanas, citado pela agência de notícias Yonhap, informou que o regime norte-coreano "disparou um projétil não identificado às 5H34 AM e outro às 5H57 (da madrugada de quinta-feira) das áreas de Wonsan para o Mar do Leste e ambos voaram cerca de 430 quilômetros (267 milhas)".
"Nosso exército está monitorando a situação em caso de lançamentos adicionais e permanece em alerta", informou a Yonhap, citando o Estado-Maior.
O porta-voz do ministro sul-coreano de Defesa, Choi Hyun-soo, formulou um apelo à Coreia do Norte para que "interrompa as ações que não ajudam a dissipar as tensões militares".
Segundo o ministro japonês da Defesa, Takeshi Iwaya, os disparos efetuados pela Coreia do Norte que caíram no Mar do Japão, são "extremamente lamentáveis", queixou-se o ministro japonês da Defesa, Takeshi Iwaya.
"Tratam-se de mísseis balísticos, isso viola resoluções da ONU. Estes casos recentes de lançamento de projéteis são extremamente lamentáveis", disse o funcionário à imprensa, referindo-se aos projéteis como de médio alcance.
Os disparos desta quinta ocorrem em um contexto marcadamente tenso entre Pyongyang e Seul devido à iminente realização de manobras militares conjuntas entre Coreia do Sul e Estados Unidos.
No dia 17 de julho, a Coreia do Norte advertiu a Coreia do Sul e os Estados Unidos de que a realização destes exercícios teria repercussões na disposição de Pyongyang de manter canais de diálogo com Washington por seu programa de armas.
Assim, o governo norte-coreano admitiu a possibilidade de anular a moratória que adotou sobre testes balísticos e nucleares.
Estados Unidos e Coreia do Sul realizam manobras militares conjuntas todos os anos, mas os exercícios previstos para as próximas semanas foram reduzidos drasticamente para não aumentar a tensão regional.
No dia 9 de maio, Pyongyang disparou um míssil de curto alcance que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerou "uma coisa muito normal" e que não afetaria as relações com o líder norte-coreano Kim Jong Un.
Ambos concordaram em retomar o diálogo em uma reunião inesperada em 30 de junho na zona desmilitarizada que separa as duas Coreias.