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Coreia do Norte: Kim se diz pronto para conversar com Trump em 2019

Kim disse que está pronto para se reunir com Trump, mas advertiu Washington a não testar a paciência dos norte-coreanos.

Donald Trump e Kim Jong-un durante cúpula em Singapura (KCNA/Reuters)

Donald Trump e Kim Jong-un durante cúpula em Singapura (KCNA/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de janeiro de 2019 às 10h34.

Seul - O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, disse nesta terça-feira que espera estender sua alta cúpula nuclear com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2019, mas também advertiu Washington a não testar a paciência dos norte-coreanos com sanções e pressões. Durante seu discurso televisionado de ano-novo, Kim disse que está pronto para se reunir com Trump a qualquer momento para produzir um resultado "bem-vindo pela comunidade internacional". No entanto, ele disse que a Coreia do Norte será forçada a seguir um caminho diferente se os Estados Unidos "continuarem a quebrar suas promessas e julgar erroneamente a paciência de nosso povo exigindo unilateralmente certas coisas e avançando com sanções e pressões".

Kim também disse que os EUA devem continuar interrompendo seus exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul e não implantando ativos militares estratégicos em território sul-coreano. Ele também fez um apelo nacionalista, pedindo uma cooperação intercoreana mais forte, e disse que o Norte está pronto para retomar as operações em um parque fabril na cidade de Kaesong e reiniciar viagens sul-coreanas ao resort Diamond's Mountain. Nenhuma dessas alternativas é possível para a Coreia do Sul a menos que sanções sejam removidas.

Washington e Pyongyang estão tentando organizar uma segunda cúpula entre Trump e Kim, que se reuniram em Cingapura em 12 de junho. "Se os Estados Unidos tomarem medidas sinceras e ações correspondentes aos nossos esforços de liderança e prevenção, então as relações (EUA-Coreia do Norte) avançarão em um ritmo rápido e excelente por meio do processo de implementação de medidas definidas e pioneiras", disse Kim, que fez o discurso sentado em uma cadeira de couro, vestindo um terno preto e gravata azul-acinzentada. "É a posição inabalável do nosso partido e do governo da República e minha firme vontade de que os dois países, como declarado em 12 de junho no comunicado conjunto (...) tomem medidas para estabelecer um regime de paz permanente e estável e avancem em direção à completa desnuclearização da península coreana", afirmou.

No discurso, Kim elogiou os resultados das atividades diplomáticas do Norte em 2018, incluindo seus três encontros com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in. Kim disse que um acordo militar intercoreano alcançado na cúpula entre os dois países em setembro para reduzir as ameaças militares convencionais foi "realisticamente uma declaração de não agressão". Ele também enfatizou o desenvolvimento da economia norte-coreana e, sem elaborar, mencionou a energia nuclear como parte dos planos do país para aumentar a produção de eletricidade.

Em comunicado, o governo da Coreia do Sul saudou o que descreveu como o compromisso de Kim com a paz e disse que Seul planeja trabalhar em estreita colaboração com a comunidade internacional para a desnuclearização da península e também para avançar as relações intercoreanas a um "nível irreversível".

Os líderes norte-coreanos tradicionalmente usam as declarações de ano-novo para divulgar importantes metas políticas para o próximo ano. Kim usou seu discurso há um ano para iniciar uma nova abordagem diplomática com Seul e Washington, o que levou a seus encontros com Moon e Trump.

Fonte: Associated Press.

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