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Coreia do Norte inicia manobras com fogo perto da fronteira

O anúncio do exercício militar evacuou os moradores das ilhas próximas

Moradores se refugiam na ilha Socheong, próxima à fronteira com a Coreia do Norte, diante das ameaças desse país  (REUTERS/Yonhap)

Moradores se refugiam na ilha Socheong, próxima à fronteira com a Coreia do Norte, diante das ameaças desse país (REUTERS/Yonhap)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2014 às 06h30.

Seul - A Coreia do Norte iniciou nesta terça-feira um exercício militar com fogo real em suas águas do Mar Amarelo (Mar Oriental) perto da fronteira com o Sul, informou hoje o governo sul-coreano, que evacuou os moradores das ilhas próximas.

O Exército norte-coreano, que notificou - com horas de antecedência - às Forças Armadas da Coreia do Sul sobre as manobras, começou a lançar projéteis de artilharia nas proximidades da Linha Limite do Norte (LLN) por volta das 14h locais (2h de Brasília), informou à Agência Efe um porta-voz do Ministério da Defesa de Seul.

Em resposta, a Coreia do Sul intensificou sua preparação militar ao enviar navios de guerra e aviões de vigilância e de combate para as cercanias do local, caso ocorra algum tipo de ameaça à segurança do país.

Além disso, milhares de moradores de suas ilhas do Mar Amarelo próximas da fronteira, entre elas a de Yeonpyeong - que foi bombardeada pelo Exército norte-coreano em 2010 causando quatro mortes -, foram evacuados para refúgios subterrâneos.

O porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano classificou as manobras da Coreia do Norte como uma "provocação" e anunciou que investiga quais são as intenções de Pyongyang.

Além disso, prometeu "reagir com firmeza se algum dos projéteis cair nas águas da Coreia do Sul".

No dia 31 de março o Exército Popular lançou alguns projéteis sobre as águas da Coreia do Sul na mesma região onde está programado o exercício norte-coreano de hoje, o que provocou uma troca de tiros no mar, mas quer não teve consequências maiores.

As manobras norte-coreanas na península da Coreia acontecem apenas três dias depois da visita do presidente americano Barack Obama a Seul, que reiterou no fim de semana seu compromisso com o governo da Coreia do Sul de fazer frente a qualquer "provocação" de Pyongyang.

O regime de Kim Jong-un, do qual existem suspeitas de que poderia estar preparando um novo teste nuclear, respondeu com fortes críticas à visita do titular da Casa Branca, a quem acusou de realizar uma agressiva campanha de intimidação militar e difamação contra seu país.

Em março, a tensão voltou a crescer na região com os exercícios militares conjuntos anuais Key Resolve e Foal Eagle de Seul e Washington, que foram respondidos por Pyongyang com suas próprias manobras militares e testes com o lançamento de mísseis de curto e médio alcance.

Os dois países da península coreana permanecem tecnicamente em conflito desde a Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com um armistício que nunca foi substituído por um tratado de paz definitivo. 

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