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Coreia do Norte esconde rastros de testes nucleares

Há suspeitas de que o país está utilizando um novo design de bombas com urânio altamente enriquecido, informa o jornal Washington Post


	Sul-coreanos assistem na TV a reportagem sobre o teste nuclear norte-coreano de 12 de fevereiro 
 (AFP / Kim Jae-Hwan)

Sul-coreanos assistem na TV a reportagem sobre o teste nuclear norte-coreano de 12 de fevereiro (AFP / Kim Jae-Hwan)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2013 às 14h12.

Washington - A Coreia do Norte provavelmente adotou medidas meticulosas para ocultar qualquer resíduo de seus testes nucleares de fevereiro, o que alimenta as suspeitas de que está utilizando um novo design de bombas com urânio altamente enriquecido, informa o jornal Washington Post.

O Post, que cita fontes americanas que pediram anonimato e especialistas em armas, afirma que os efeitos da explosão de 12 de fevereiro foram consideravelmente limitados e poucos rastros de radioatividade foram detectados na atmosfera.

O governo dos Estados Unidos havia antecipado o teste nuclear, o terceiro da Coreia do Norte, e o acompanhou de perto para detectar resíduos que revelassem a composição da bomba, informou o jornal.

Mas nos dias seguintes à explosão, os sensores americanos e sul-coreanos não conseguiram detectar os gases radioativos usuais em nenhuma das 120 estações de monitoramento localizadas ao longo da fronteira entre as Coreias e perto das áreas de testes nucleares.

Um avião japonês registrou um breve aumento de um isótopo radioativo, xenon-133, mas o fenômeno não foi considerado conclusivo.

O xenon é um gás que se desprende durante explosões atômicas e que permite determinar se o teste foi executado com uma bomba de plutônio, como os testes de 2006 e 2009, ou de urânio.


Um teste executado com urânio confirmaria o que os investigadores suspeitam há algum tempo. Uma bomba de urânio não é mais potente que uma de plutônio, mas a Coreia do Norte contém importantes reservas deste elemento.

Segundo o jornal, a ausência de dados concretos poderia sugerir uma tentativa deliberada da Coreia do Norte de prevenir a liberação de indicadores de gases na atmosfera, provavelmente enterrando profundamente na terra a cavidade que serviu para os testes nucleares.

As duas Coreias estão tecnicamente em estado de guerra porque a Guerra da Coreia de 1950-53 terminou com um armistício e não com um tratado de paz.

A Coreia do Norte anunciou que considera nulos os acordos de não agressão com a Coreia do Sul e o corte da linha de telefone vermelho entre os dois países em represália às sanções da ONU contra o país aprovadas em março.

O Parlamento da Coreia do Norte aprovou nesta segunda-feira um texto que formaliza as armas nucleares no país, e nomeou um novo primeiro-ministro. Já a Coreia do Sul comandou exercícios militares perto da fronteira – e prometeu uma resposta enérgica a qualquer provocação.

*Matéria atualizada às 13h16

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