Coreia do Norte alertou que um novo pacote de sanções mais rígidas só irá incentivá-la a desenvolver armas nucleares (Damir Sagolj/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de maio de 2017 às 10h22.
Última atualização em 11 de janeiro de 2018 às 15h50.
Seul - A Coreia do Norte enviou uma carta de protesto à Câmara dos Deputados dos Estados Unidos nesta sexta-feira alertando que um novo pacote de sanções mais rígidas só irá incentivá-la a desenvolver armas nucleares, noticiou a mídia estatal norte-coreana.
O protesto foi apresentado pelo recém-reativado Comitê de Assuntos Exteriores da Suprema Assembleia do Povo da Coreia do Norte, que disse que a Câmara dos EUA é "obcecada" por um sentimento de desaprovação, e advertiu para sérias consequências.
"A Câmara dos Deputados dos EUA deveria pensar duas vezes", disse o comitê na carta, uma cópia da qual foi publicada pela agência de notícias estatal KCNA.
A tensão está alta há semanas devido ao desenvolvimento nuclear e de mísseis da Coreia do Norte e aos temores de que o país possa realizar seu sexto teste atômico ou lançar outro míssil balístico em desafio a resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Neste mês a Câmara dos Deputados dos EUA aprovou por maioria uma legislação que endurece as sanções visando a indústria de transporte marítimo do regime e empresas que negociam com ela.
A legislação foi concebida para cortar os suprimentos de dinheiro que ajudam a financiar o programa nuclear norte-coreano e aumentar a pressão para deter abusos de direitos humanos, como o uso de trabalho escravo, disse o autor do projeto de lei.
O comitê da Coreia do Norte disse que a ação irá fracassar.
"À medida que a Câmara dos Deputados dos EUA adota cada vez mais destas leis irresponsáveis e hostis, os esforços da RPDC (República Popular Democrática da Coreia) para fortalecer seus meios de dissuasão nuclear irão adquirir um ritmo mais acelerado, além da imaginação de qualquer um", disse o comitê.
No mês passado, a Coreia do Norte ressuscitou o Comitê de Assuntos Exteriores, abolido no final dos anos 1990, o que analistas veem como uma tentativa de melhorar as relações com o mundo exterior em meio ao seu isolamento crescente.
O organismo é presidido por Ri Su Yong, um diplomata de carreira forte aliado do líder Kim Jong Un.