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Coreia do Norte enfrenta última semana do ano com adeus a Kim Jong-il

Funeral do ex-ditador deve acontecer na próoxima quarta-feira. Enquanto isso, não falta candidato para a lista de possíveis sucessores

País continua de luto pela morte do ex-ditador e apostas para a sucessão de Kim Jong iI continuam. (Jonas Ekstromer/AFP)

País continua de luto pela morte do ex-ditador e apostas para a sucessão de Kim Jong iI continuam. (Jonas Ekstromer/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de dezembro de 2011 às 09h21.

Seul - A Coreia do Norte encara a última semana de 2011 em meio aos preparativos para o funeral de Kim Jong-il, previsto para quarta-feira, e com Kim Jong-un, o filho mais novo do ditador, cada vez mais apoiado em seu papel de sucessor.

Enquanto a propaganda norte-coreana elogia dia após dia a figura do jovem Kim, que acredita-se ter 29 anos, a rede de televisão estatal 'KCTV' mostrou neste domingo pela primeira vez imagens de seu tio, Jang Song-taek, em uniforme militar com uma insígnia de general.

Casado com a irmã mais nova do ditador, Jang Sung-taek não tinha a categoria de general, mas após a morte do líder do país pode ter sido promovido rapidamente para auxiliar seu sobrinho na transição como um tipo de regente, segundo a agência sul-coreana 'Yonhap'.

O cunhado de Kim Jong-il começou a trabalhar na década de 1970 no partido único, onde escalou postos até chegar ao Comitê Central, e no final dos anos 1990 era acompanhante habitual do chefe de Estado norte-coreano em suas visitas pelo país.

No entanto, entre 2003 e 2006 caiu em desgraça e foi afastado da cúpula do poder, supostamente por criticar a política econômica do regime.

Voltou a ocupar um posto central em 2007, e no ano passado foi nomeado vice-presidente da Comissão Nacional de Defesa, o que o transformou virtualmente no número dois na hierarquia norte-coreana.


Nas imagens emitidas pela 'KCTV', Jang, de 65 anos, aparecia acompanhando Kim Jong-un no velório instalado no Kumsusan Memorial Palace para homenagear o falecido líder norte-coreano, ao lado de outros membros da cúpula militar.

Analistas consultados pela 'Yonhap' consideraram que o fato de que altos cargos militares tenham se deixado fotografar ao lado do jovem Kim aponta que o regime manterá sua política de 'o Exército primeiro', que dá prioridade política e orçamentária às Forças Armadas.

Os militares chegam a 1,1 milhão em um país de 24 milhões de habitantes, mas a penúria econômica que a Coreia do Norte vive há décadas se reflete em um arsenal cuja tecnologia, em muitos casos, não supera os padrões dos anos da Guerra Fria.

Kim Jong-un, que em setembro do ano passado foi nomeado general de quatro estrelas no primeiro sinal claro de sua designação como sucessor, foi definido no sábado como 'comandante supremo' pelo 'Rodong Sinmun', o jornal do partido único.

Pelo velório de Kim Jong-il, que está no mesmo palácio memorial onde está o corpo embalsamado de seu pai, Kim Il-sung, passaram nos últimos dias os principais cargos do país, para manifestar seu respeito ao líder que os governou durante 17 anos.

Da mesma forma que ocorreu quando seu antecessor morreu, em 1994, está previsto que na quarta-feira um cortejo fúnebre percorra as ruas de Pyongyang com o corpo de Kim Jong-il para que os cidadãos lhe deem seu último adeus.

Delegações estrangeiras não foram convidadas para a cerimônia, embora o governo sul-coreano tenha autorizado a viagem de dois grupos, liderados pela ex-primeira-dama Lee Hee-ho, viúva do ex-presidente Kim Dae-jung, e pela presidente do grupo Hyundai, Hyun Jeong-eun.

Trata-se de uma concessão excepcional devido ao fato de que anos atrás Pyongyang enviou comitivas ao Sul quando morreram Kim Dae-jung e o ex-presidente de Hyundai e marido de Hyun, Chung Mong-hun, segundo as autoridades sul-coreanas, que, por outro lado, negaram autorização a outros grupos de simpatizantes norte-coreanos.

A Coreia do Norte advertiu neste domingo para consequências 'catastróficas' nas relações intercoreanas se Seul não permitir que os cidadãos sul-coreanos que desejem expressar condolências pela morte de Kim Jong-il viajem para Pyongyang, o que não mudou a postura de seu vizinho do Sul. EFE

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