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Coreia do Norte divulga mensagem atribuída a Kim Jong-un

A imprensa norte-coreana divulgou a mensagem de Kim Jong-un, mas não publicou fotos e não comentou seu estado de saúde

Kim Jong-un: o líder norte-coreano agradeceu os trabalhadores da Península de Kalma (Mikhail Svetlov / Colaborador/Getty Images)

Kim Jong-un: o líder norte-coreano agradeceu os trabalhadores da Península de Kalma (Mikhail Svetlov / Colaborador/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de abril de 2020 às 07h35.

A imprensa oficial da Coreia do Norte reproduziu ontem uma mensagem de agradecimento atribuída ao líder do país, Kim Jong-un, em texto dirigido a um grupo de trabalhadores. Não é possível ter certeza da veracidade do recado porque o ditador não aparece em público há mais de duas semanas, o que alimenta rumores sobre sua saúde.

Segundo a imprensa do país, Kim teria enviado um breve agradecimento por meio do Rodong, principal jornal norte-coreano aos que trabalham no turismo na Península de Kalma, na cidade de Wonsan - o local é o mesmo em que imagens de satélite mostraram o trem especial dele estacionado.

O artigo do jornal começa dizendo que Kim "agradeceu aos trabalhadores que apoiaram ativamente com seus esforços a construção do distrito turístico de Wonsan Kalma", um dos grandes projetos do regime de Pyongyang. O local era para ser inaugurado no início do mês, mas a abertura foi adiada em razão da pandemia da covid-19.

A mensagem do líder enumera várias pessoas encarregadas de supervisionar a construção, logística ou assistência médica dos trabalhadores, mas não menciona detalhes sobre Kim. A imprensa norte-coreana informou ainda que, nos últimos dias, Kim enviou cartas e presentes diplomáticos a líderes mundiais.

O Rodong, no entanto, não relata nenhuma atividade de Kim Jong-un no polo turístico. Também não há imagens dele, que não é visto desde o dia 11, quando a imprensa local relatou uma reunião do gabinete do Partido dos Trabalhadores da Coreia, o único do país, presidida pelo líder. Na ocasião, Kim nomeou sua irmã, Kim Yo-jong, como suplente desse importante órgão executivo da Coreia do Norte.

Ainda ontem, Moon Chung-in, conselheiro de segurança presidencial da rival Coreia do Sul, disse que o líder norte-coreano está "vivo e bem". "A posição do nosso governo é firme", disse Moon em entrevista à CNN. Ele disse que Kim passa uma temporada no resort de Wonsan desde o dia 13. "Nenhuma movimentação suspeita foi detectada até o momento."

Os rumores sobre a saúde de Kim só aumentaram depois que o líder não foi visto em vários eventos importantes, incluindo as comemorações de 15 de abril, o principal feriado nacional. A partir de então, diferentes meios de comunicação publicaram informações, sempre citando fontes anônimas, nas quais se diz que o estado de saúde do líder norte-coreano é delicado ou até mesmo que ele estaria em estado vegetativo.

O jornal Daily NK, um veículo online administrado por críticos à Coreia do Norte, reportou que Kim estaria se recuperando de uma cirurgia cardiovascular realizada no começo do mês. Citando uma fonte não identificada de dentro do país, a matéria afirma que Kim, de 36 anos, teria se submetido à operação em razão de fadiga, obesidade e tabagismo.

Logo depois, a CNN reportou que Washington estava "monitorando informações de inteligência" segundo as quais Kim estaria em "grave perigo" após a cirurgia, atribuindo as declarações a uma fonte oficial americana que teria pedido anonimato. Na quinta-feira, o presidente americano, Donald Trump, refutou as informações de que Kim estaria debilitado, mas se recusou a afirmar qual foi a última vez que falou com ele.

As imagens do trem que seria de Kim, em Wonsan, foram compiladas pela organização 38North, dos EUA. A entidade alertou que a presença da composição não "indica nada sobre a saúde" do líder, mas "dá peso" às informações sobre sua presença no local. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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