O líder norte-coreano, Kim Jong Un, pediu a expansão da produção de lançadores de mísseis em preparação para um “confronto militar” com a Coreia do Sul (JUNG YEON-JE/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 5 de janeiro de 2024 às 08h16.
A Coreia do Sul afirma que a Coreia do Norte disparou 200 projéteis nas águas ao norte da tensa fronteira marítima entre os rivais nesta sexta-feira, 5, violando um acordo militar de 2018. A Coreia do Sul considerou os exercícios norte-coreanos uma provocação, embora não tenha sofrido nenhum dano, e ordenou a retirada de civis de duas de suas ilhas
“Os militares norte-coreanos dispararam cerca de 200 projéteis hoje, das 09h00 às 11h00 (00h00 às 02h00 GMT), nas áreas de Jangsan-got, no nordeste da ilha de Bangnyeong, e nas áreas ao norte (...) da ilha de Yeonpyeong”, disse um funcionário do Ministério da Defesa sul-coreano em uma conferência.
As autoridades das duas ilhas ordenaram a evacuação de civis como uma “medida de precaução”, disseram autoridades. A ilha sul-coreana de Yeonpyeong está localizada no Mar Amarelo, cerca de 80 km a oeste de Incheon e 12 km ao sul da costa da província norte-coreana de Hwanghae.
Moradores da ilha de Yeonpyeong, na linha de frente da Coreia do Sul, afirmam que os militares sul-coreanos pediram que eles fossem evacuados porque planejam lançar exercícios de tiro na sexta-feira.
A China pediu “moderação” de todos os lados. “Na situação atual, esperamos que todas as partes envolvidas mantenham a calma e a moderação, abstenham-se de ações que agravem a tensão, evitem uma nova escalada da situação e criem condições para a retomada de um diálogo sério”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, aos repórteres.
O líder norte-coreano, Kim Jong Un, pediu a expansão da produção de lançadores de mísseis em preparação para um “confronto militar” com a Coreia do Sul e os Estados Unidos, nesta sexta-feira, 5.
A informação foi divulgada depois que a Casa Branca revelou que a Coreia do Norte forneceu à Rússia os mísseis balísticos usados na recente onda de ataques a cidades ucranianas.
A agência oficial KCNA mostrou imagens de Kim com sua filha Ju Ae em uma visita à fábrica que produz os lançadores verticais móveis (TEL) usados para os mísseis balísticos intercontinentais do país, onde ele pediu “um esforço dinâmico para aumentar a produção” das armas.
Kim disse aos trabalhadores da fábrica que a produção de TEL é muito importante “dada a grave situação que prevalece e que exige que o país esteja mais firmemente preparado para um confronto militar com o inimigo”, informou a KCNA.
Na quinta-feira, o porta-voz do Conselho de Segurança dos EUA, John Kirby, afirmou que Pyongyang havia fornecido à Rússia mísseis com alcance de 900 quilômetros, usados em dois ataques contra a Ucrânia.
“Nossas informações indicam que a Coreia do Norte forneceu recentemente à Rússia sistemas de lançamento de mísseis balísticos e vários mísseis balísticos”, alguns dos quais foram usados em 30 de dezembro e 2 de janeiro em ataques contra a Ucrânia, disse Kirby.
O porta-voz pediu ao Congresso dos EUA que aprovasse um pacote de ajuda militar para a Ucrânia para lidar com esses ataques.
Kim se reuniu com o presidente russo Vladimir Putin no Extremo Oriente russo em setembro. Os EUA e a Coreia do Sul acusaram o Norte de enviar armas à Rússia para uso na Ucrânia em troca de tecnologia de satélite.