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Coreia do Norte corta "telefone vermelho" militar com o Sul

Dessa forma, todas as comunicações diretas entre os exércitos dos dois países ficarão cortadas


	Kim Jong-Un faz inspeção em local de treinamento: a linha ficará suspensa "enquanto durarem as ações hostis e anacrônicas do sul", informou o governo
 (AFP)

Kim Jong-Un faz inspeção em local de treinamento: a linha ficará suspensa "enquanto durarem as ações hostis e anacrônicas do sul", informou o governo (AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2013 às 10h42.

Seul - A Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira o corte do "telefone vermelho" de contatos militares de emergência com a Coreia do Sul, último meio de comunicação direta entre os dois países, que vivem uma escalada de tensões.

Pouco antes, a Coreia do Norte anunciou que realizará uma reunião plenária com os líderes de mais alto escalão do país antes do fim de março para decidir assuntos importantes e prometeu "uma guinada crucial".

"A partir de agora todas as comunicações militares Norte-Sul estão suspensas", disse um militar de alta patente citado pela agência Korean Central News Agency.

"Em uma situação na qual uma guerra pode explodir a qualquer momento, não é necessário manter" estas comunicações, acrescentou. A linha permanecerá suspensa "enquanto durarem as ações hostis e anacrônicas do Sul".

Em meados de março, a Coreia do Norte suspendeu o telefone vermelho entre os governos de Pyongyang e Seul. Esta linha de urgência, instalada em 1971, foi suspensa pelo Norte em cinco ocasiões, a última em 2010.

A linha de comunicação militar suspensa nesta quarta-feira servia para organizar os movimentos de transporte e bens no complexo industrial de Kaesong, uma unidade criada em 1984 como símbolo da cooperação entre os dois países vizinhos.

Desde o início de março, e após a adoção de novas sanções da ONU contra Pyongyang, a Coreia do Norte intensificou sua retórica beligerante, ameaçando em diversas ocasiões Seul e seu aliado americano com ataques estratégicos e uma guerra total.


As sanções da ONU contra Pyongyang foram adotadas após um teste nuclear norte-coreano no mês passado. Mas as tensões na península da Coreia aumentaram em dezembro, após um lançamento com sucesso de um foguete de Pyongyang, um ato proibido por sanções precedentes da ONU.

Na manhã desta quarta-feira, a agência de notícias oficial do regime comunista, KCNA, indicou que o comitê central do Burô político do partido comunista realizará uma reunião plenária antes do fim de março para "discutir e decidir sobre um assunto importante para o avanço vitorioso da Revolução Coreana".

Esta reunião também marcará "uma guinada crucial" para o cumprimento da "Juche", a ideologia norte-coreana que se baseia principalmente na autossuficiência econômica.

O Comitê do Norte para a Reunificação Pacífica da Coreia, uma agência governamental encarregada da propaganda, se referiu à presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, que havia advertido que o Norte iria à ruína se continuasse com seu programa nuclear.

"Se (Park Geun-Hye) continuar no caminho do confronto (...) apenas encontrará ruína", afirmou o Comitê.

"A cada vez, a Coreia do Norte aumenta mais e mais a barreira da retórica, mas a comunidade internacional não reage como o esperado", opinou Cho Han-Bum, um analista do Instituto Coreano para a Unificação Nacional.

Segundo este especialista, a próxima reunião do Burô político busca manter a pressão através de gestos simbólicos.

Washington disse ter encarado "muito seriamente" as ameaças norte-coreanas e estar preparado "para responder a qualquer eventualidade".

Por sua vez, uma província chinesa anunciou novos projetos de comunicação ferroviária em direção à Coreia do Norte, apesar do voto de Pequim na ONU a favor de novas sanções contra Pyongyang.

*Matéria atualizada às 10h42

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