Kim Jong-Il (D) e o pai Kim Il-Sung (E) em 1992: o regime norte-coreano é conhecido por impor o extremo culto à figura de seus líderes (KNS/AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2016 às 11h41.
Seul - A Coreia do Norte decidiu convocar para agosto de 2017 uma série de grandes atos com presença de convidados estrangeiros destinados a honrar e potencializar o culto à figura dos três líderes do país, informaram meios de comunicação estatais.
O regime de Pyongyang planeja realizar estes eventos no Monte Paektu (nordeste) e em Pyongyang para lembrar dos mortos Kim Il-sung e Kim Jong-il e do atual líder, Kim Jong-un, detalhou em nota a agência oficial "KCNA".
O Paektu é um vulcão situado na província de Hamgyong do Norte justo na fronteira com a China, e é considerado o monte mais sagrado do país, cujo nome inclusive é utilizado para denominar a linhagem dos líderes norte-coreanos.
A "KCNA" lembrou que 2017 é uma importante efeméride porque marca o 105° aniversário do nascimento de Kim Il-sung, fundador do país, e o 75° aniversário da chegada ao mundo de seu filho Kim Jong-il, que a lenda oficial diz que nasceu em um acampamento na saia do Paektu (embora na realidade tenha ocorrido na Sibéria soviética).
No próximo ano também será comemorado o quinto aniversário desde que Kim Jong-un, filho de Kim Jong-il e neto de Kim Il-sung, fora eleito primeiro-secretário do partido único norte-coreano.
O próprio Partido dos Trabalhadores o nomeou em maio presidente do mesmo em um congresso, o primeiro em 36 anos, convocado essencialmente para cimentar a liderança do jovem Kim, que acredita-se que tenha pouco mais de 30 anos.
A "KCNA" falou de diferentes eventos "políticos e culturais" e destacou que as celebrações de 2017 começarão com o aniversário do atual líder em 8 de janeiro.
A agência mencionou que entre as personalidades estrangeiras que estarão nestes evento estará uma das filhas do primeiro presidente da Indonésia, Sukarno, que fará parte do comitê organizador destas celebrações.
O regime norte-coreano é conhecido por impor a seus cidadãos o extremo culto para a figura de seus líderes.
Um porta-voz do Ministério da Unificação sul-coreano explicou hoje à agência "Yonhap" que com estes fastos Pyongyang aparentemente quer fazer ver ao mundo e a seus cidadãos que há figuras internacionais que apoiam o regime apesar do extremo isolamento internacional no qual vive.