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Coreia do Norte celebra foguete e promete novos lançamentos

Dessa forma, o regime desafia as advertências da comunidade internacional

Imagem da TV norte-coreana mostra multidão reunida em Pyongyang para celebrar o lançamento de foguete
 (North Korean TV/AFP)

Imagem da TV norte-coreana mostra multidão reunida em Pyongyang para celebrar o lançamento de foguete (North Korean TV/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2012 às 08h07.

Seul - Milhares de soldados e civis norte-coreanos celebraram nesta sexta-feira, no centro de Pyongyang, o sucesso do lançamento de um foguete de longo alcance que colocou um satélite em órbita na quarta-feira, ao mesmo tempo que o governo prometeu outros testes no futuro, desafiando as advertências da comunidade internacional.

A poucos dias de completar um ano à frente do regime comunista, Kim Jong-Un proclamou a "firmeza inquebrantável" da Coreia do Norte para prosseguir com o programa de foguetes, apesar da condenação da ONU e dos pedidos de novas sanções.

O ato de celebração na capital norte-coreana, exibido pela televisão estatal, foi organizado antes do aniversário da morte do pai de Kim Jong-Un, Kim Jong-Il, na próxima segunda-feira.

A multidão reunida na praça Kim Il-Sung aclamou os discursos para celebrar o lançamento do foguete Unha-3 e elogiar a "coragem e sabedoria" do novo líder norte-coreano, Kim Jong-Un.

"Isto foi possível graças à infinita lealdade, coragem e sabedoria do grande marechal Kim Jong-Un" disse Jang Chol, presidente da Academia de Ciências da Coreia do Norte.

Mais cedo nesta sexta-feira, a imprensa oficial norte-coreana anunciou que King Jong-Un ordenou a colocação em órbita de outros satélites, após o polêmico lançamento do foguete de longo alcance qualificado de teste de míssil balístico por diversos países ocidentais e condenado pelas Nações Unidas.


Kim Jong-Un, que supervisionou o lançamento na quarta-feira, destacou a necessidade de se "lançar mais satélites no futuro (...) para desenvolver a ciência, a tecnologia e a economia do país", destaca a agência oficial KCNA.

A Coreia do Norte afirma que colocou em órbita um satélite de pesquisa com finalidades pacíficas, mas muitos países afirmam que o teste foi mais um passo em busca de um vetor para as armas nucleares norte-coreanas.

Segundo o governo norte-coreano, o lançamento colocou em órbita a segunda versão do satélite Kwangmyongsong-3, a partir de um foguete Unha-3, de três estágios.

Vários países ocidentais, no entanto, consideram que era um míssil balístico, que violou as resoluções da ONU impostas após os testes nucleares norte-coreanos de 2006 e 2009

O Departamento de Estado americano criticou o fato de Kim ter desperdiçado a oportunidad "de situar seu país no século XXI" e ter adotado "decisões equivocadas".

O Conselho de Segurança da ONU, incluindo China e Estados Unidos, condenou na quarta-feira a Coreia do Norte pelo lançamento do foguete e alertou para a possibilidade de adotar novas sanções após a provocação de Pyongyang.

As resoluções 1718 e 1874 das Nações Unidas proíbem a Coreia do Norte de qualquer atividade balística ou nuclear.

Um lançamento anterior, também de um Unha-3, terminou com um vergonhoso fracasso em abril, com o foguete explodindo pouco depois do tiro.

O satélite transportado pelo foguete entrou em órbita operacional, segundo o ministério da Defesa da Coreia do Sul, confirmando o aparente êxito da missão espacial norte-coreana.

Nesta sexta-feira, o ministério anunciou que a Marinha sul-coreana encontrou pedaços do primeiro estágio do foguete lançador, que serão examinados para tentar avaliar seu nível tecnológico.

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