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Coreia do Norte anuncia teste de nova arma "ultramoderna"

Esta é a primeira informação oficial de um teste de armas da Coreia do Norte desde o início da negociação da desnuclearização com os EUA

Acordo: Trump e Kim realizaram uma uma cúpula histórica em junho deste ano, em Singapura (Kevin Lim/Reuters)

Acordo: Trump e Kim realizaram uma uma cúpula histórica em junho deste ano, em Singapura (Kevin Lim/Reuters)

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AFP

Publicado em 16 de novembro de 2018 às 06h39.

Última atualização em 16 de novembro de 2018 às 06h49.

O líder norte-coreano, Kim Jong Un, supervisionou o teste de uma "arma tática ultramoderna", informou nesta sexta-feira a imprensa estatal de Pyongyang, no momento em que as conversações sobre a desnuclearização da península parecem estagnadas.

Esta é a primeira informação oficial de um teste de arma da Coreia do Norte em quase um ano, quando Pyongyang se comprometeu com um processo diplomático com os Estados Unidos por seu programa nuclear e de mísseis.

"Kim Jong Un visitou a área de teste da Academia de Ciências e Defesa e inspecionou o teste de uma arma tática de alta tecnologia", afirmou a agência estatal norte-coreana KCNA.

A agência destacou que o teste foi bem-sucedido, mas não especificou o tipo de dispositivo envolvido.

A suspensão de Pyongyang dos testes de armas nucleares e mísseis balísticos tem sido fundamental para os rápidos desenvolvimentos diplomáticos deste ano e para as negociações entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos, e tem sido repetidamente elogiada pelo presidente Donald Trump.

Trump e Kim se encontraram em uma reunião de cúpula histórica em Singapura em junho, onde assinaram um documento vago sobre a desnuclearização da península.

Poucas horas depois do anúncio da KCNA, o Departamento de Estado americano destacou que "mantém a confiança" na continuidade do processo.

"Na reunião de Singapura, o presidente Trump e Kim assumiram uma série de compromissos a respeito de uma desnuclearização definitiva e completamente verificada", afirmou o Departamento de Estado em um comunicado.

"Estamos falando com os norte-coreanos sobre a implementação dos compromissos. Mantemos a confiança de que as promessas feitas pelo presidente Trump e o presidente Kim serão cumpridas", completou.

Desde a reunião de junho, o progresso estagnou, enquanto Washington e Pyongyang discutem o significado do documento, e um retorno aos testes colocaria sérias dúvidas sobre o futuro do processo.

O uso da palavra "tática" na informação da KCNA sugere que o teste não incluiu mísseis balísticos de longo alcance nem dispositivos nucleares. Até o momento não há indícios de que a Coreia do Sul tenha detectado tais testes.

Kim expressou "grande satisfação" e afirmou que o teste representa uma "guinada decisiva para apoiar a capacidade de combate" do exército do Norte, segundo a KCNA.

A "arma tática de alta tecnologia" foi desenvolvida durante um longo período e seu grande êxito "serve como outra notável demonstração da validade da política do Partido de priorizar a ciência e a tecnologia de defesa e o rápido desenvolvimento da capacidade defensiva", completou a agência.

Em 2017, a Coreia do Norte anunciou o seu maior teste nuclear e afirmou dispor de foguetes com capacidade de atingir todo o território continental americano.

Pouco depois, Kim indicou a conclusão do desenvolvimento de seu arsenal nuclear, que Pyongyang afirma ser necessário ante uma possível invasão dos Estados Unidos.

Os Jogos Olímpicos de Inverno, organizados no início do ano na Coreia do Sul, no entanto, motivaram uma aproximação diplomática na península, o que possibilitou a reunião Trump-Kim e três encontros entre o líder norte-coreano e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.

Pyongyang, porém, deseja a redução das sanções contra o país, motivadas por seus programas armamentistas. Washington insiste que as medidas devem ser mantidas até a desnuclearização "final e completamente verificada" do Norte.

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