Mundo

Coreia do Norte alerta os EUA: Não confunda paz com sinal de fraqueza

Às vésperas do encontro entre Kim Jong-un e Donald Trump, regime norte-coreano acusa o governo americano de estar "arruinando clima de diálogo"

Líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un (KCNA/Reuters)

Líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un (KCNA/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 7 de maio de 2018 às 09h24.

Última atualização em 7 de maio de 2018 às 09h28.

São Paulo – Enquanto o mundo aguarda o encontro histórico entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, o regime norte-coreano acusou o governo americano de estar arruinando o clima de diálogo e deixou um alerta: “Não será propício abordar a questão se confundirem a intenção pacífica da Coreia do Norte como um sinal de fraqueza”.

A frase foi dita por um porta-voz da Coreia do Norte em uma entrevista com o jornal estatal do país que foi divulgada pela agência de notícias sul-coreana Yonhap e que mostra como a situação diplomática ainda é frágil entre os países.

O oficial condenou, ainda, falas recentes do presidente americano que ligaram as conversas de paz e a intenção de desnuclearização do Norte com a imposição de sanções econômicas e pressão militar.

Recentemente, o Trump disse que manterá sanções e a postura militarizada ante a Coreia do Norte, notando que “não irá repetir erros de governos anteriores”, reivindicando para si o sucesso no progresso das negociações de paz e atribuindo tal sucesso à sua postura firme.

Nos últimos meses, o presidente dos EUA e o líder do regime trocaram farpas e provocações, aumentando o clima de tensão em torno da crise nuclear. Especialistas preocupavam-se particularmente com a postura beligerante de Trump, avaliada como perigosa considerando a seriedade da ameaça representada pelo programa nuclear e balístico do país asiático.

Conversas de paz

No mês passado, Kim se encontrou com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, na zona desmilitarizada que divide a península coreana. Na ocasião, os países se comprometeram em trabalhar juntos pela eliminação de armas nucleares e estabelecer a paz.

O caminho para as negociações começou a ser aberto em março. Em um movimento inesperado, Trump enviou oficiais americanos para Pyongyang, capital da Coreia do Norte, para um encontro secreto com Kim. Dias depois, o líder do regime anunciou a suspensão dos testes balísticos e nucleares que sacudiram os ânimos na Ásia nos últimos meses.

Agora, Kim deve se encontrar com Trump, a primeira reunião entre líderes desses países em toda a história, embora as expectativas do resultado desse encontro sejam diferentes.

Enquanto o presidente dos EUA diz esperar a “eliminação total” do programa nuclear da Coreia do Norte, o regime asiático liga a possibilidade de desnuclearização com a presença militar americana no Sul, sinalizando esperar que seja reduzida daqui em diante.

A reunião ainda não tem data certa para acontecer, mas especula-se que será sediada em Singapura.

Acompanhe tudo sobre:Armas nuclearesCoreia do NorteCoreia do SulDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Guerras

Mais de Mundo

Sob pressão de incêndios, Lula defenderá meio ambiente na ONU

França estreia novo governo com giro à direita

Trump diz que é 'muito tarde' para outro debate com Harris nos EUA

Sri Lanka vota em primeiras presidenciais desde o colapso econômico