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COP30: Brasil e França lancarão iniciativa global contra fake news de clima

Países querem apoiar jornalismo investigativo e conter 'greenwashing', entre outras medidas

Jornalistas na COP30: iniciativa global apoiará imprensa e poderá conter publicidade enganosa (Leandro Fonseca /Exame)

Jornalistas na COP30: iniciativa global apoiará imprensa e poderá conter publicidade enganosa (Leandro Fonseca /Exame)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 12 de novembro de 2025 às 12h23.

Última atualização em 12 de novembro de 2025 às 12h24.

Belém - O Brasil, a França e mais oito países vão lançar uma nova iniciativa para combater notícias falsas e a desinformação relacionadas ao clima. O lançamento será realizado em um evento nesta quarta-feira, 12, às 15h, na COP30.

A proposta é chamada de Iniciativa Global para a Integridade da Informação sobre Mudança Climática. Após o lançamento, o documento ficará aberto a mais adesões.

Os países que assinam o documento vão se comprometer a promover a integridade da informação sobre o clima, trocar experiências entre si, promover o acesso a fontes confiáveis de informação, apoiar o jornalismo investigativo e criar um fundo para custear iniciativas na área. Este fundo recebeu um aporte inicial do Brasil de US$ 1 milhão.

Além disso, há planos para ampliar o treinamento de funcionários públicos sobre mudanças climáticas, criar mecanismos de autorregulação na publicidade e abrir conversas com as empresas que controlam as redes sociais para conter tanto as notícias falsas relacionadas ao clima quanto o espalhamento de teorias sem base científica e questionamentos a novas tecnologias.

Haverá também apoio a ações contra o 'greenwashing': a técnica de promover um produto poluente como sustentável.

"Na França, por exemplo, temos um comitê que analisa todos os comerciais de TV segundo algumas regras. Se um fabricante quer promover um carro dizendo que ele é não-poluente,  será proibido de exibir este anúncio", afirmou disse Benoît Faraco, chefe da delegação francesa na COP30 e embaixador encarregado das negociações sobre as mudanças climáticas, em conversa com a EXAME e mais alguns jornalistas.

O acordo buscará formas também de conter a desinformação nas redes sociais. Como muitas delas têm sede em outros países, os governos locais não conseguem tomar medidas. Assim, a cooperação internacional é fundamental para aumentar o controle, segundo o diplomata francês.

"A desinformação climática pode atrasar as ações. Temos, em todos os países, pessoas que combatem a mudança climática, não como política, mas como princípio, porque elas também estão combatendo a ciência", afirmou.

"A linguagem do Acordo de Paris é a ciência, pois ele se baseia em fatos. Se atacamos a ciência, estamos basicamente cometendo suicídio como humanidade", disse Faraco.

"Não podemos perder tempo discutindo fatos que estão claros na nossa frente. Esta é a ideia da COP da verdade: combater o negacionismo", disse João Brant, secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência do Brasil.

Brant diz que a iniciativa visa, além de captar recursos, ampliar a visibilidade de projetos já em andamento, e que mais de cem deles foram mapeados junto à Unesco.

"A declaração será um mapa para trazer os países a um comprometimento. Precisamos de comprometimento concreto, dos governos, órgãos internacionais e doadores privados para poder avançar", disse.

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