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COP21 reforça segurança em uma França em alerta

Cerca de 150 chefes de Estado e de governo estarão na sessão inaugural da reunião em Paris, da qual devem participar 40 mil pessoas até o dia 11 de dezembro


	Segurança: a ameaça terrorista causou a suspensão de quase todos os atos que não estavam marcados para a sede da cúpula
 (REUTERS/Yves Herman)

Segurança: a ameaça terrorista causou a suspensão de quase todos os atos que não estavam marcados para a sede da cúpula (REUTERS/Yves Herman)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2015 às 13h49.

Paris - A cúpula do clima de Paris (COP21), que será aberta na próxima segunda-feira, contará com medidas excepcionais de segurança diante da elevada ameaça terrorista na França após os atentados no último dia 13 em Paris.

Cerca de 150 chefes de Estado e de governo estarão na sessão inaugural da reunião em Paris, da qual devem participar 40 mil pessoas até o dia 11 de dezembro, apenas duas semanas depois dos atentados que deixaram 130 mortos nesta cidade.

A ameaça terrorista, aliás, causou a suspensão de quase todos os atos que não estavam marcados para o local que sediará a cúpula.

Após os atentados de janeiro à redação da revista "Charlie Hebdo", as autoridades francesas tinham pensado em um dispositivo de segurança excepcional para blindar os 18 hectares do centro de exposições e congressos de Le Bourget, epicentro da maior cúpula organizada pela França desde 1948.

Cerca de 2.800 policiais e bombeiros, com o apoio de 106 agentes da ONU e 300 membros da segurança privada, se ocuparão de proteger o local, em medidas que foram "reforçadas" após os atentados de Paris.

Dentro do dispositivo do estado de emergência vigente, a França tem 120.000 militares e policiais espalhados por todo o país, além de ter enviado 8.000 agentes suplementares às fronteiras, cujo controle se reforçou após a suspensão provisória do tratado de Schengen.

Um esquema ainda mais cuidadoso será preparado para o domingo e a próxima segunda-feira, quando se terá que garantir a segurança dos chefes de Estado e de governo participantes do encontro.

Cientes de que a cidade estará tomada, os transportes públicos serão gratuitos nesses dois dias, e sua segurança privada também será reforçada, enquanto as autoridades desaconselham o uso de veículos particulares para evitar engarrafamentos.

O principal reforço de segurança será feito no controle dos acessos à denominada "área azul", o coração da cúpula, onde os delegados dos 196 países representados negociarão um acordo.

A entrada a Le Bourget estará aberta 24 horas por dia, mas todas as identidades serão verificadas.

Os controles, "extremamente estritos", serão similares ao do embarque em um aeroporto, com a passagem por diferentes arcos de segurança e detectores laser.

Para reduzir a aglomeração de pessoas nas portas, foram escalonados os horários das diferentes atividades.

A França quis manter dentro de Le Bourget o chamado "espaço geração clima" (EGC), 20.000 metros quadrados dedicados às atividades das ONGs, associações e sindicatos, embora 70 das 400 previstas inicialmente tenham sido suspensas.

Também foram canceladas as visitas de estudantes a este espaço, que pretendia receber 300 crianças por dia.

Esse será o principal evento para a sociedade civil, que viu como o estado de emergência impediu a realização de duas grandes manifestações programadas, uma para o dia de início da cúpula e outra para o final.

A França confessa sua impossibilidade, nas circunstâncias atuais, de garantir a segurança em locais abertos, para onde estavam previstas estas duas manifestações nas quais se previa a presença de dezenas de milhares de participantes.

A Marcha Mundial contra a Mudança Climática, prevista para o próximo domingo em Paris, coincidia com a chegada em Paris dos líderes mundiais, o que eleva as necessidades de vigilância das autoridades francesas.

A concentração final estava programada para 12 de dezembro em Le Bourget, um dia depois do programado final da cúpula e um dia antes do segundo turno das eleições regionais na França, que também exigem esforço de segurança suplementar.

Para estas duas manifestações a França tinha previsto entre 4.000 e 5.000 agentes, em particular antidistúrbios, um destacamento muito elevado dado o grande desdobramento de forças que o país mantém em suas ruas após os atentados de 13 de novembro.

A França sustenta que não há nenhuma motivação política na anulação destas duas manifestações, que em algumas das cúpulas climáticas do passado deram lugar a distúrbios e enfrentamentos com as forças da ordem.

Proibidas em Paris, as manifestações em favor de um acordo contra o aquecimento global serão realizadas, como estava previsto, em mais 2.000 cidades de todo o mundo.

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