Mundo

Conversas reforçam teoria de bomba em avião russo

A Grã-Bretanha e os EUA interceptaram “conversas” de militantes e de pelo menos outro governo dando a entender que uma bomba derrubou um avião comercial russo


	Destroços do avião russo que caiu no Egito: Grã-Bretanha disse haver uma “ameaça crível”
 (Mohamed Abd El Ghany / Reuters)

Destroços do avião russo que caiu no Egito: Grã-Bretanha disse haver uma “ameaça crível” (Mohamed Abd El Ghany / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2015 às 17h39.

Washington/Londres - A Grã-Bretanha e os Estados Unidos interceptaram “conversas” de supostos militantes e de pelo menos outro governo dando a entender que uma bomba, possivelmente escondida no compartimento de bagagem, derrubou um avião comercial russo no sábado, matando todas as 224 pessoas a bordo, disseram fontes de inteligência ocidentais.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, suspendeu voos de e para Sharm al-Sheikh, no Egito, na quarta-feira depois que informações levadas a seu conhecimento indicaram ser provável que o Airbus A321 que rumava para São Petersburgo, na Rússia, foi abatido por uma bomba.

A Grã-Bretanha disse haver uma “ameaça crível”, mas não quis fazer maiores comentários sobre a inteligência envolvida, citando regras de longa data sobre a revelação de detalhes operacionais de investigações em curso.

Fontes de inteligência ocidentais afirmaram que parte da avaliação sobre a bomba teve origem em comunicações interceptadas de possíveis militantes e de um ou mais governos envolvidos na investigação.

As fontes, que falaram sob condição de anonimato devido ao sigilo do caso, disseram que os indícios não são categóricos e que ainda não há provas forenses ou científicas de peso para apoiar a teoria de uma bomba.

“Ainda não podemos ser categóricos, mas há uma possibilidade distinta e crível de que havia uma bomba”, afirmou uma fonte.

Duas fontes com conhecimento do assunto disseram que a bomba pode ter sido ocultada entre as bagagens no compartimento do avião russo. Elas se recusaram a fornecer quaisquer outras informações.

Um grupo do Sinai filiado ao Estado Islâmico, os militantes que ocuparam porções do Iraque e da Síria, assumiu a responsabilidade pelo acidente – que, se confirmado, representaria o primeiro ataque da facção jihadista contra a aviação civil.

“A teoria de um artefato explosivo, com cumplicidade local, está sendo levada a sério. Nada ainda foi provado, mas é uma possibilidade real”, declarou uma autoridade europeia depois de ser informada por uma agência de espionagem ocidental.

“Eles acreditam que o que o Daesh (termo pejorativo em árabe do Estado Islâmico) está dizendo tem uma boa chance de ser crível”.

Uma fonte do governo dos EUA disse que parte da “conversa” interceptada sobre a bomba incluía detalhes conflitantes sobre a colocação do artefato explosivo na aeronave.

A Rússia, que inicialmente criticou a avaliação britânica do que classificou como uma queda, suspendeu todos os voos para o Egito nesta sexta-feira.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaÁsiaEgitoEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosRússia

Mais de Mundo

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique