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Conferência da ONU sobre clima fica à beira de colapso

Negociadores de cerca de 195 países estão empenhados em estabelecer as bases para um novo acordo mundial do clima


	Aquecimento global: "as conversações de Varsóvia, que deveriam ser um passo importante para um avanço, estão agora à beira de produzir praticamente nada", disse principal negociador da China para o clima
 (Getty Images/Getty Images)

Aquecimento global: "as conversações de Varsóvia, que deveriam ser um passo importante para um avanço, estão agora à beira de produzir praticamente nada", disse principal negociador da China para o clima (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2013 às 13h28.

Varsóvia - Desentendimentos sobre quando nações ricas e pobres vão fixar metas para cortes nas emissões de gases do efeito estufa e a respeito da ajuda aos países em desenvolvimento por causa de mudanças climáticas ameaçavam afundar as conversações da ONU sobre o clima em seu último dia, nesta sexta-feira.

Negociadores de cerca de 195 países estão empenhados em estabelecer as bases para um novo acordo mundial do clima que está previsto para ser firmado em 2015, em Paris, e entrar em vigor a partir de 2020, mas poucas medidas concretas emergiram das duas semanas de negociações em Varsóvia.

"As conversações de Varsóvia, que deveriam ser um passo importante para um avanço, estão agora à beira de produzir praticamente nada", disse o principal negociador da China para o clima, Su Wei.

Aproximadamente 800 representantes de 13 organizações não governamentais abandonaram as conversações na quinta-feira, exasperadas com a falta de progresso no encontro, que provavelmente se estenderá pela noite, até sábado.

A expectativa era que a conferência produzisse pelo menos um cronograma que garantisse metas de cortes ambiciosos nas emissões e o compromisso de financiamento na questão climática a tempo para o acordo em Paris. Mas a seleção e a formulação das questões travaram em questões politicamente sensíveis.

Nações ricas querem enfatizar metas de reduções futuras de emissões para todos, enquanto países em desenvolvimento dizem que os industrializados deveriam liderar a fixação de metas e arcar com a maior parte da conta, porque historicamente eles são responsáveis pela maior parte dos poluentes.


O ministro francês do Desenvolvimento, Pascal Canfin, disse que todos deveriam se submeter a metas iniciais de emissões em 2015, para aplicação após 2020.

"Varsóvia teria sido uma boa plataforma de lançamento para Paris se cada Estado seguisse o princípio de estabelecer compromissos em números, na mesa, até o começo de 2015, pelo menos", disse.

Mais urgência

Nas conversações também houve profundas divergências sobre a ajuda. Nações desenvolvidas concordaram em 2009 em elevar o auxílio na área climática de 10 bilhões de dólares por ano no período de 2010-2012 para 100 bilhões de dólares por ano a partir de 2020.

Afetados pela desaceleração econômica, os países ricos estão agora mais voltados para as próprias economias e resistem aos pedidos de endosso para planos de elevação da ajuda para o período de 2013 a 2019.

Cientistas dizem que o aquecimento está causando mais ondas de calor e secas, e poderia resultar em novas grandes tempestades. A cifra de mortos no tufão Haiyan nas Filipinas subiu para mais de 5 mil pessoas.

Um painel da ONU com cientistas especializados no clima afirmou em setembro que cortes "substanciais e sustentáveis" em gases do efeito estufa são necessários para se alcançar a meta fixada pela ONU de limitar o aquecimento a menos de 2 graus Celsius acima dos tempos pré-industriais.

Na quinta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu que os líderes mundiais estabelecessem "compromissos ousados" para cortes de emissões até a cúpula que ele presidirá em 23 de setembro do ano que bem, mas admitiu que muitos países estarão atrasados.

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