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Controle do ebola ainda não é rápido o bastante

Em Koidu, capital do distrito de Kono, as pessoas continuam morrendo do que se pensa ser ebola, enquanto cidadãos parecem ignorar os riscos da doença


	Vítima do ebola em Serra Leoa: as pessoas continuam morrendo do que se pensa ser ebola, enquanto cidadãos parecem ignorar os riscos da doença
 (Josephus Olu-Mamma/Reutersagentes-ebola)

Vítima do ebola em Serra Leoa: as pessoas continuam morrendo do que se pensa ser ebola, enquanto cidadãos parecem ignorar os riscos da doença (Josephus Olu-Mamma/Reutersagentes-ebola)

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Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2014 às 14h11.

KOIDU - O tratamento médico tem sido rápido e o caos tem diminuído em todo o mundo, mas os médicos em um remoto distrito de Serra Leoa ainda lutam para controlar o surto local de ebola.

O deslocamento de médicos e equipamentos para o distrito de Kono foi o mais rápido já feito em Serra Leoa --país com quase metade dos registros de ebola em todo o mundo--, sob a estratégica de combater focos da epidemia antes que a doença se espalhe. Mas autoridades dizem que a resposta precisa ser ainda mais rápida para eliminar a febre que já matou mais de 7 mil pessoas na África Ocidental.

Em Koidu, capital do distrito de Kono, as pessoas continuam morrendo do que se pensa ser ebola, enquanto cidadãos parecem ignorar os riscos da doença. Um repórter da Reuters testemunhou um jovem homem deitado em uma rua, vomitando. Ele morreu antes que uma ambulância pudesse levá-lo para o hospital.

Um soldado quase histérico ordenava que os curiosos e transeuntes, muitos de chinelos de borracha, não se aproximassem do cadáver altamente contagioso.

"Esse é o motivo pelo qual temos ebola. Os maus hábitos de vocês! Olhem para vocês, usando chinelos. Chinelos!", ele gritava.

Menos de um mês atrás, as condições eram muito piores. Uma pequena equipe de enfermeiros locais no centro médico improvisado estava com tanto medo dos pacientes que eles se limitavam a atirar pacotes com medicamentos para os doentes, de acordo com dois médicos norte-americanos que presenciaram a cena.

Casos suspeitos e confirmados de pacientes com ebola foram misturados nas alas médicas, às vezes colocados até próximos de cadáveres. Um único meio de transporte foi utilizado para deslocar os mortos e os colchões ficaram infectados com diarréia.

Enquanto os americanos do outro lado do Atlântico celebravam o feriado de Dia de Ação de Graças no fim de novembro, os dois médicos testemunhavam o caos em Kono, cidade a cerca de 450 km à leste da capital Freetown.

"Durante o feriado de Ação de Graças as coisas explodiram. O hospital estava abarrotado de pacientes com ebola", disse Dan Kelly, um dos doutores e fundadores de uma organização sem fins lucrativos, a Wellbody Alliance.

Dez funcionários do centro médico contraíram o vírus do ebola e cinco morreram até agora.

Pouco tempo depois, começou a chegar ajuda em Kono, que fica em uma região de extração de diamantes, e a Cruz Vermelha agora constrói um centro de tratamento com capacidade para 30 enfermos.

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