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Contraofensiva: Ucrânia afirma que recuperou regiões no sul e leste em meio a demissões na Defesa

O exército ucraniano teria liberado dois quilômetros quadrados na semana passada na região de Bakhmut e 5,2 quilômetros quadrados no sul, próximo da localidade de Verbove

Ucrânia: Kiev avança em sua contraofensiva (Oliver Weiken/picture alliance /Getty Images)

Ucrânia: Kiev avança em sua contraofensiva (Oliver Weiken/picture alliance /Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 18 de setembro de 2023 às 12h00.

A Ucrânia anunciou nesta segunda-feira, 18, que recuperou áreas ocupadas pelo exército russo no sul do país e nas proximidades de Bakhmut, na região leste, onde as forças de Kiev concentram forças de sua contraofensiva. 

"Gostaria de elogiar particularmente os soldados que, passo a passo, estão a devolver à Ucrânia o que lhe pertence, especialmente na área de Bakhmut", disse Volodymyr Zelensky em seu discurso noturno. Ele também destacou a retomada de Klichtchiïvka.

O exército ucraniano teria liberado dois quilômetros quadrados na semana passada na região de Bakhmut e 5,2 quilômetros quadrados no sul, próximo da localidade de Verbove. As cidades, que antes tinham centenas de habitantes, foram destruídas pelos combates.

Além disso, a Ucrânia anunciou nesta manhã que derrubou 18 drones e 17 mísseis lançados pela Rússia em uma nova série de ataques noturnos. "Derrubamos 18 drones de um total de 24 lançados contra as regiões Mykolaiv e Odessa" (sul), afirmou o exército no Telegram. Os 17 mísseis de cruzeiro também foram destruídos.

Na região de Odessa, onde 11 drones foram derrubados, o ataque atingiu infraestruturas da cidade de Vilkove, no delta do Danúbio, sem provocar vítimas, informou o governador da região, Oleg Kiper. Na área de Mykolaiv, os destroços de um drone abatido provocaram um incêndio em um prédio vazio, sem provocar vítimas, segundo as autoridades locais.

Do outro lado do conflito, a Rússia afirmou que derrubou, durante a noite, vários drones ucranianos na península anexada da Crimeia, na região de Moscou e e nas localidades de Belgorod e Voronezh, perto da fronteira com a Ucrânia.

As forças ucranianas tentam, no leste e no sul, cortar as linhas de abastecimento do exército russo, mas o avanço é lento. O comandante do Estado-Maior dos Estados Unidos, general Mark Milley, declarou que a contraofensiva "não fracassou", mas que o caminho para a vitória é muito longo.

Demissão de membros do governo

Em meio aos avanços de seu contraofensiva, Kiev demitiu seis vice-ministros da Defesa após a nomeação do novo ministro no inicio do mês. O governo não explicou o motivo das demissões. Entre os exonerados está Hanna Maliar, que frequentemente divulgava atualizações públicas sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia. As mudanças acontecem após Rustem Umerov substituir Oleksii Reznikov. O ministério foi acusado de corrupção enquanto Reznikov estava no cargo.

Cerca de US$ 980 milhões (cerca de R$ 4,8 bilhões) em contratos de armas perderam as datas de entrega, de acordo com dados do governo, e alguns pré-pagamentos de armas desapareceram em contas estrangeiras de intermediários, de acordo com relatórios apresentados ao Parlamento. Embora não tenham surgido detalhes precisos, as irregularidades sugerem que os responsáveis pelas compras do ministério não examinaram os fornecedores ou permitiram que os negociantes saíssem com dinheiro sem entregar o armamento.

Reportagens da mídia ucraniana também apontam para pagamentos com valor superfaturado de suprimentos básicos para o Exército. Jornalistas investigativos mostraram que o Exército pagou 17 hryvnia (ou R$ 2,29) por unidade de ovo – muito acima dos preços vigentes, de acordo com uma reportagem do Dzerkalo Tyzhnia. Feijões enlatados foram comprados à Turquia por um preço superior ao preço das mesmas latas nos supermercados ucranianos, noticiou o mesmo jornal, embora se esperasse que os militares comprassem a preços inferiores aos preços de revenda.

O Ministério da Defesa também comprou milhares de casacos que se revelaram insuficientes para o inverno rigoroso da Ucrânia.

Com Agência o Globo e AFP.

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