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Contra o armamento, eleitores de Haddad levam livros às urnas

Usando as hashtags #LivroSim e #ArmaNao, eleitores de Haddad protestaram contra o projeto do Bolsonaro de flexibilizar o porte de armas

Eleições 2018: "Como as Democracias Morrem" e "1984" foram alguns dos títulos dos eleitores (Sergio Moraes/Reuters)

Eleições 2018: "Como as Democracias Morrem" e "1984" foram alguns dos títulos dos eleitores (Sergio Moraes/Reuters)

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AFP

Publicado em 28 de outubro de 2018 às 16h50.

Eleitores do candidato esquerdista à presidência, Fernando Haddad (PT), foram às urnas neste domingo com livros debaixo do braço. Os títulos - "Angústia", "1984" e "Como as Democracias Morrem", entre outros - foram escolhidos cuidadosamente, ante a possibilidade de Jair Bolsonaro (PSL), de extrema direita, conquistar a presidência.

Nas redes sociais, usando as hashtags #LivroSim e #ArmaNao, eleitores de Haddad protestaram contra o projeto do favorito, Bolsonaro, de flexibilizar o porte de armas, e em resposta a vídeos que circularam no primeiro turno mostrando eleitores pressionando os botões da urna eletrônica com uma arma.

Os apoiadores de Haddad publicaram fotos dos livros que levaram às urnas: a internauta Fernanda Oliveira escolheu "Angústia", de Graciliano Ramos, enquanto @SraEsposito optou por "Tá Todo Mundo Mal", da blogueira e youtuber Jout Jout.

Também se uniu à campanha a deputada do PT Maria do Rosário, chamada de vagabunda por Bolsonaro, que lhe disse no Congresso, em 2003, que ela não merecia ser estuprada.

A deputada optou pelo livro "Brasil: Nunca Mais", escrito clandestinamente durante os chamados "anos de chumbo". "É uma corajosa denúncia da ditadura", disse.

Capitão reformado do Exército e nostálgico da ditadura, Bolsonaro desperta em um setor da população o temor do retorno dos anos de perseguição e tortura.

O ato simbólico deste domingo buscou denunciar as falas e os projetos de Bolsonaro e mostrar apoio a Haddad, ex-ministro da Educação.

"Como as Democracias Morrem", de Daniel Ziblatt e Steven Levitsky; "Como Conversar com Um Fascista", de Marcia Tiburi; e "Unidos pela Liberdade", de Rafael Guimarães, foram outros livros escolhidos pelos eleitores.

Também foram às urnas clássicos como "1984", de George Orwell, e biografias de defensores famosos dos direitos humanos, como Malala Yousafzai e Martin Luther King.

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