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Contas aumentarão US$ 7 bi após fim das Olimpíadas de Putin

O custo recorde do evento esportivo continuará aumentando muito depois que a chama se apagar em Sochi


	Cerimônia de abertura das Olimpíadas de Inverno: a Rússia deve ter um gasto bilionário nos próximos três anos só para manter as sedes e outras infraestruturas novas ao redor de Sochi
 (Phil Noble/Reuters)

Cerimônia de abertura das Olimpíadas de Inverno: a Rússia deve ter um gasto bilionário nos próximos três anos só para manter as sedes e outras infraestruturas novas ao redor de Sochi (Phil Noble/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 13h43.

Moscou - O custo recorde dos Jogos Olímpicos de Inverno do presidente Vladimir Putin continuará a aumentar muito depois que os atletas voltarem para suas casas e que a chama se apagar em Sochi.

A Rússia, que já está gastando 1,53 trilhão de rublos (US$ 44 bilhões) para sediar seus primeiros Jogos de Inverno, pode ter que gastar até US$ 7 bilhões a mais nos próximos três anos só para manter as sedes e outras infraestruturas novas ao redor de Sochi, disseram dois funcionários envolvidos no planejamento. Isso equivale aproximadamente ao total gasto pelo Canadá com as Olimpíadas de Vancouver em 2010.

Ninguém sabe qual será o valor final porque o governo ainda não decidiu exatamente o que fazer com as sedes, disseram os funcionários, que pediram para não serem identificados porque as discussões sobre o orçamento são confidenciais.

O que está claro é que, na pressa para preparar Sochi, os planos pós-olímpicos não foram bem pensados. Como resultado, o gasto anual será dezenas de vezes mais alto que o estimado, aumentando assim os déficits orçamentários, disseram.

“As opções de uso após os jogos devem ser incluídas no planejamento dos organizadores das olimpíadas desde o início”, disse Costas Mitropoulos, ex-diretor do fundo grego que supervisionou as vendas de sedes dos Jogos de Atenas.

“A questão não é o custo de manutenção, mas o desperdício de recursos de capital”, disse por e-mail Mitropoulos, que agora é diretor executivo da PwC em Atenas.

Amor por Sochi

A Grécia, que gastou o então recorde de 8,5 bilhões de euros (US$ 11,6 bilhões) para sediar as Olimpíadas de Verão de 2004, ainda está lutando para desenvolver Hellenikon, o antigo aeroporto onde diversas sedes foram construídas.


Com o dobro do tamanho do Central Park de Nova York, o lugar agora é o maior trecho de propriedades urbanas em desuso da Europa e um símbolo de um país tentando se recuperar de uma recessão de seis anos.

O presidente Putin, que supervisionou pessoalmente a transformação de Sochi de um fim de mundo adormecido no Mar Negro em uma brilhante atração esportiva e turística, disse nesta semana a alguns dos 400.000 residentes da área que eles não devem esperar financiamento do governo para mais desenvolvimentos.

“Não esperem investimentos adicionais depois dos enormes recursos investidos aqui”, disse Putin em uma reunião com cidadãos de Sochi no dia 10 de fevereiro. “Com todo o amor por Sochi, agora a cidade deve se desenvolver por outros meios”.

Mesmo assim, o governo continuará a pagar para manter a nova infraestrutura e readaptar algumas das sedes pelo menos até 2016, em um esforço para evitar os problemas enfrentados por Atenas e outras cidades-sede, disseram os dois funcionários.

As estimativas vão de 60 bilhões de rublos a 80 bilhões de rublos por ano, ou até 34 vezes a mais que o valor orçado atualmente, disseram.

Débito crescente

O governo ainda está definindo quais prédios pertencem ao Estado e quais às empresas, a Interfax informou dia 10 de fevereiro. O Ministro de Finanças, Anton Siluanov, disse que alguns se tornarão lucrativos e outros continuarão dependendo do orçamento, de acordo com o serviço de notícias.

O orçamento de três anos da Rússia coloca os gastos em 14 trilhões de rublos em 2014, incluindo os 2,3 bilhões de rublos para os projetos olímpicos — apenas suficiente para cobrir as contas dos serviços, de acordo com o Ministério da Construção em Moscou.

Estima-se que o déficit chegará a 390 bilhões de rublos em 2014, ou 0,5 por cento do PIB, sem incluir as despesas olímpicas que estão sendo discutidas.

O homem-chave de Putin para os Jogos de Sochi, o vice-primeiro ministro Dmitry Kozak, disse que tem certeza “absoluta” de que a infraestrutura melhorada na região terminará promovendo o desenvolvimento de negócios e impulsionando a renda orçamentária o suficiente para cobrir os gastos de manutenção da infraestrutura das Olimpíadas.

“Todos os investimentos vão ser amortizados”, disse Kozak em uma entrevista em dezembro.

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