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Contagem final confirma 2º turno entre Piñera e Guillier no Chile

Piñera, líder da coalizão direitista Chile Vamos, foi o vencedor do primeiro turno, com 36,66% dos votos (2.408.831)

Piñera: o segundo turno será realizado no dia 17 de dezembro (Ivan Alvarado/Reuters)

Piñera: o segundo turno será realizado no dia 17 de dezembro (Ivan Alvarado/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de novembro de 2017 às 16h36.

Santiago do Chile - O ex-presidente Sebastián Piñera e o senador independente Alejandro Guillier disputarão no próximo dia 17 de dezembro o segundo turno das eleições presidenciais do Chile, depois que neste domingo nenhum dos oito candidatos alcançou a maioria absoluta, confirmou nesta segunda-feira o Serviço Eleitoral chileno (Servel).

Piñera, líder da coalizão direitista Chile Vamos, foi o vencedor do primeiro turno, com 36,66% dos votos (2.408.831), seguido do candidato do pacto governista Força de Maioria, com 22,68% (1.489.991), segundo a contagem final divulgada agora pouco.

Os resultados devem ser revisados agora pelo Tribunal Qualificador de Eleições (Tricel), após o que serão considerados oficiais.

A apuração incluiu o total dos votos emitidos (6.676.319), equivalentes a 46,66% do censo eleitoral, afirmou Patricio Santamaría, presidente do Servel, ao publicar o relatório.

Do número total, 98,42% (6.570.957) corresponderam a votos válidos, com 0,98% de nulos (65.653) e 0,59% de votos em branco (39.709).

O terceiro lugar da disputada presidencial ficou com Beatriz Sánchez, candidata da esquerdista Frente Ampla (FA), com 20,26% dos votos (1.331.035).

Apesar de a Frente Ampla não ter passado para o segundo turno, esta coalizão, formada por partidos alternativos e movimentos sociais, foi considerada a grande vencedora do domingo.

Isso porque, além da potente votação obtida por Beatriz Sánchez, se consolidou como um sólido bloco parlamentar, com 21 deputados (antes tinha três) e seu primeiro senador.

No quarto lugar ficou o ultraconservador José Antonio Kast, vinculado aos partidários da ditadura de Augusto Pinochet, com 7,94% dos votos (521.716).

Em seguida aparecem a senadora Carolina Goic, candidata da Democracia Cristã, com 5,88% (386.278), e o líder do Partido Progressista, Marco Enríquez-Ominami, com 5,72% dos votos (375.697), e que concorria pela terceira vez a uma eleição presidencial.

O marxista-leninista Eduardo Artés, com 0,51% (33.533) e o senador bolivariano Alejandro Navarro, com 0,36% (23.876) ocuparam os últimos lugares.

Piñera, a quem as pesquisas outorgavam cerca de 45% dos votos, recebeu na própria noite de domingo o apoio "incondicional" de José Antonio Kast para o segundo turno, embora os analistas duvidem que a votação deste último se transfira totalmente para o empresário milionário.

No seu primeiro governo (2010-2014), Piñera fechou uma prisão de "cinco estrelas" reservada a militares violadores dos direitos humanos e denunciou os "cúmplices passivos da ditadura" no aniversário de 40 anos do golpe de Estado.

Por estes e outros motivos, Piñera é considerado "esquerdista" pelos agrupamentos de oficiais retirados e os nostálgicos do regime militar.

Na outra vereda, Alejandro Guillier deverá negociar arduamente para atrair os votos dos demais candidatos da centro-esquerda, que lhe são absolutamente necessários para alcançar um eventual triunfo em 17 de dezembro.

Especialmente necessário é o apoio da Frente Ampla, cujos líderes anteciparam que não querem cargos em um futuro governo, mas compromissos "sérios" que garantam a continuidade das reformas impulsionadas pela presidenta Michelle Bachelet, entre elas a convocação de uma assembleia constituinte para elaborar uma nova Carta Magna.

A Frente Ampla também exige um compromisso para pôr fim ao sistema de previdência privada e o apoio à lei de casamento entre casais do mesmo sexo, entre outros temas.

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