Energia elétrica: o mercado de trabalho aquecido, a maior renda e quantidade crédito contribuíram para elevar o consumo energético residencial (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
São Paulo - Puxado pela demanda do comércio e das residências, o consumo de energia elétrica no Brasil cresceu 3,5% em 2012 ante 2011, de 433,03 mil GWh para 448,29 mil gigawatt-hora (GWh), de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgados nesta segunda-feira. Na comparação entre dezembro de 2012 e igual mês de 2011, a expansão verificada foi de 2,7%, de 36,74 mil GWh para 37,73 mil GWh.
Segundo a EPE, o consumo comercial teve alta de 7,9% de 2011 a 2012, para 79,28 mil GWh, refletindo o aquecimento das atividades terciárias da economia brasileira. Como exemplo, a EPE citou que o volume de vendas no varejo, principal demandante de energia da classe, acumulava alta de 8,4% até novembro de 2012, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação entre dezembro de 2012 e igual mês de 2011, a expansão verificada na demanda por energia da classe comercial foi de 9,2%, para 7,09 mil GWh.
O consumo residencial também registrou importante crescimento entre 2012 e 2011, de 5%, para 117,56 mil GWh. "Dentre os fatores que contribuíram para sustentar essa dinâmica do consumo residencial de energia estão o mercado de trabalho aquecido, o aumento real da renda e a expansão do crédito", disse a EPE no documento Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica. Em dezembro de 2012, o consumo de energia na classe residencial foi de 10,13 mil GWh, alta de 6,9% em relação a dezembro de 2011.
Destaque negativo para o consumo da classe industrial, que não registrou crescimento na demanda em 2012 ante 2011, permanecendo estável em 183,48 mil GWh. "A Pesquisa Industrial Mensal do IBGE mostra que a produção industrial se reduziu 2,6% em 2012, redução que se observa na maioria dos subsetores, mas principalmente nos segmentos em que é intensivo o uso de eletricidade, como a cadeia da siderurgia e a da produção de alumínio", justificou a EPE. Em dezembro de 2012, o consumo industrial foi de 14,78 mil GWh, uma queda de 3,2% na comparação com igual mês de 2011.
Considerando o consumo de energia entre os clientes livres e cativos, a EPE disse que a expansão do mercado cativo (aquele atendido pelas distribuidoras) foi de 2,3% em 2012 ante 2011, para 327,7 mil GWh. Por sua vez, o mercado livre, no qual consumidores compram as suas necessidades energéticas diretamente dos geradores, o crescimento verificado foi de 7%, para 120,6 mil GWh.