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Construção sobe menos que previsto, indústria cresce

Resultados mostram que chance de deflação é pequena, mas que recueparção da crise ainda deve levar um tempo

Indústria dos Estados Unidos cresceu 1% (Getty Images)

Indústria dos Estados Unidos cresceu 1% (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Washington - O início de construção de moradias nos Estados Unidos cresceu a um ritmo menor que o esperado em julho e os alvarás caíram ao menor patamar em 14 meses. Mas a produção industrial mostrou crescimento vigoroso em julho, deixando implícito que a economia ainda tem alguma força para continuar em expansão.

A bateria de dados desta terça-feira, sem uma tendência clara em comum, também revelou uma pequena alta da inflação no atacado no último mês, o que diminui o temor de deflação.

O medo de um retorno à recessão e de uma queda contínua dos preços tem sido um dos principais assuntos entre investidores nas últimas semanas, mas alguns economistas acreditam que o receio está sendo superestimado.

"Essa fraqueza nos dados será temporária. Há muitos fatores extraordinários --como o encerramento de créditos tributários no setor imobiliário, a demissão de trabalhadores do Censo e a crise financeira na Europa-- que causaram essa piora no meio do ano", disse Richard DeKaser, presidente da Woodley Park Research, em Washington.

O início de construção de moradias aumentou 1,7 por cento, para uma taxa anualizada de 546 mil unidades em julho, informou o Departamento de Comércio. Analistas consultados pela Reuters previam 560 mil unidades.

Os alvarás, que dão uma indicação da atividade futura de construção, declinaram 3,1 por cento em julho, para 565 mil unidades, menor patamar desde maio de 2009. Analistas previam 580 mil unidades.

A produção industrial dos Estados Unidos cresceu 1,0 por cento em julho, após declínio de 0,1 por cento no mês anterior, informou o Federal Reserve. A alta ocorreu em vários setores, com destaque para automóveis, com alta de 8,8 por cento.


Um terceiro relatório mostrou que os preços no atacado do país subiram 0,2 por cento em julho, em linha com as expectativas. Foi a primeira alta em quatro meses.

O núcleo dos preços, que exclui alimentos e energia, subiu 0,3 por cento.

Medo menor de deflação

John Canally, economista do LPL Financial, em Boston, afirmou que os dados de inflação no atacado devem reduzir a preocupação do mercado com a deflação. Mas completou que os números sobre o setor imobiliário sugerem que a recuperação da economia ainda carece de energia.

"Ainda pensamos mais em crescimento lento do que em retorno à recessão, mas a cada semana que passa tende-se a ficar mais preocupado caso você não veja indicadores melhores de atividade", disse Canally.

O aumento na construção de moradias no mês passado reflete a alta de 32,6 por cento no segmento para mais de uma família, para taxa anualizada de 114 mil unidades. Entre os imóveis para apenas uma família, houve queda de 4,2 por cento, para 432 mil unidades, menor nível desde maio de 2009.

A conclusão de moradias desabou 32,8 por cento, queda recorde, para a mínima histórica de 587 mil unidades em taxa anualizada. O estoque de casas em construção caiu 1,1 por cento, para mínima recorde de 444 mil unidades no mês passado, e a quantidade de unidades autorizadas, mas não iniciadas, caiu 1,5 por cento, para 89 mil unidades.

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