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Construção de aeroportos é crucial para países emergentes

O Brasil começou uma corrida contra o relógio para modernizar seus aeroportos diante da aproximação da Copa do Mundo


	Aeroporto: a associação brasileira de companhias aéreas estima que ao menos 42 bilhões de reais serão investidos até 2020
 (JONAS OLIVEIRA/PLACAR)

Aeroporto: a associação brasileira de companhias aéreas estima que ao menos 42 bilhões de reais serão investidos até 2020 (JONAS OLIVEIRA/PLACAR)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2014 às 14h53.

Paris - A construção de novos aeroportos é crucial para o desenvolvimento econômico dos países emergentes, como o Brasil, que se prepara para receber centenas de milhares de turistas estrangeiros no Mundial de Futebol.

O Brasil começou uma corrida contra o relógio para modernizar seus aeroportos diante da aproximação desta competição esportiva, prevista de 12 de junho a 13 de julho, na qual espera receber 600.000 turistas estrangeiros e três milhões de brasileiros nas 12 sedes do país.

O avião é o único meio de transporte para atravessar o país, de 200 milhões de habitantes, que conta com aeroportos antigos e saturados, assim como com conexões internas insuficientes.

A associação brasileira de companhias aéreas estima que ao menos 42 bilhões de reais serão investidos até 2020.

Destes, 22 bilhões de reais serão destinados à criação de 71 plataformas aeroportuárias novas.

A China também precisa de aeroportos para reforçar seu desenvolvimento econômico e turístico.

A direção da aviação chinesa (CAAC) prevê, em seu plano quinquenal (2011-2015), a construção de 82 aeroportos novos e a ampliação de outros 120 existentes.

A empresa de assessoria em estratégia Roland Berger estima que 110 novos aeródromos se unirão em breve aos 3.600 aeroportos de uso civil já existentes.

"O tráfego aéreo chegará a novas zonas para satisfazer a demanda turística e a relacionada com o comércio e o desenvolvimento econômico", declarou Didier Bréchemier, especialista no setor aéreo desta assessoria.

Em 2013, mais de 3 bilhões de passageiros viajaram de avião no mundo. O tráfego aéreo deve duplicar nos próximos 20 anos, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).


As economias dos países emergentes do Oriente Médio, da região Ásia Pacífico, da África e da América Latina contribuíram em grande medida para este crescimento.

"A aviação é um motor da economia mundial", comentava recentemente o diretor da IATA, Tony Tyler.

1,9 trilhão de dólares para investir até 2030

Para o diretor da consultora Arthur D. Little, Mathieu Blondel, "o mercado da construção e da renovação dos aeroportos é muito importante devido ao crescimento previsto do tráfego aéreo até 2030, mas também pela obsolescência técnica e funcionalidade dos grandes aeroportos construídos há 20 ou 40 anos", como nos Estados Unidos.

Este mercado aeroportuário representaria um investimento de 1,9 trilhão de dólares até 2030, segundo Blondel.

Os grandes grupos de construção e de gestão de aeroportos internacionais buscam aproveitar estas oportunidades de crescimento fora de seus países de origem.

"O desafio para os grandes grupos europeus como Vinci ou Aéroports de Paris é se manter na disputa, em especial na Ásia, onde podem emergir grandes atores", afirmou Bréchemier.

O gigante chinês CACC (China Airport Construction Group Corporation of CAAC) ou o turco TAV também esperam concorrer neste mercado, no qual os diferentes atores se agrupam em consórcios, de um construtor e de um gestor aeroportuário, por exemplo, para se apresentar nas licitações.

Além da construção de infraestruturas essenciais como pistas, acessos ou torres de controle, as licitações também incluem equipamentos específicos e tecnológicos, como equipamentos de segurança ou de navegação aérea, indica Blondel.

Os aeroportos também devem oferecer outro tipo de serviços, como lojas, bares e restaurantes para se tornar atrativos.

No entanto, neste mercado "é difícil prever o planejamento das futuras oportunidades", acrescentou Bréchemier.

Um funcionário da direção da aviação civil chinesa insistia recentemente na importância destas infraestruturas básicas, embora lembrasse que 90% dos aeroportos regionais chineses registravam perdas financeiras.

Na Espanha, o aeroporto privado de Ciudad Real, que custou um bilhão de euros, foi colocado à venda em dezembro depois de não receber nenhum voo comercial desde 2011.

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