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Conservar biodiversidade melhora a segurança alimentar

Em Hyderabad, um dos temas em pauta é a integração entre biodiversidade e segurança alimentar em diretrizes e documentos que abordam os efeitos das mudanças climáticas


	Há um movimento para estreitar o relacionamento e reforçar parcerias com os diversos organismos da ONU envolvidos com metas comuns, como a FAO
 (Natalia Kolesnikova/AFP)

Há um movimento para estreitar o relacionamento e reforçar parcerias com os diversos organismos da ONU envolvidos com metas comuns, como a FAO (Natalia Kolesnikova/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2012 às 10h20.

São Paulo - O número de pessoas com fome, no mundo, ainda é alto - quase 870 milhões de pessoas - mas desde 2009 vem sendo reduzido em todas as regiões, exceto no oeste da Ásia e na África subsaariana. Os maiores avanços ocorreram no leste e sudeste da Ásia e na América Latina, onde o crescimento econômico e uma melhor distribuição de renda asseguraram tanto o acesso da população a alimentos como a possibilidade de diversificação dos alimentos consumidos, ou seja, mais segurança alimentar.

A notícia, divulgada hoje pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, está intimamente relacionada à implementação do Plano Estratégico para Biodiversidade 2011-2020, em discussão na 11ª Conferência das Partes da Convenção de Diversidade Biológica (COP11), que começou ontem em Hyderabad, na Índia.

Uma das 20 metas do plano, conhecidas como Metas de Aichi, a meta 7, prevê que "até 2020, áreas de agricultura, aquicultura e silvicultura serão manejadas de forma sustentável, assegurando a conservação da biodiversidade". Outra, a meta 13, diz que "até 2020, será mantida a diversidade genética das plantas cultivadas e dos animais domésticos criados, e de seus parentes selvagens".

Ora, tornar mais racionais e sustentáveis as áreas agrícolas, as criações de crustáceos e peixes e o extrativismo, a par de manter a diversidade genética das plantas cultivadas e dos animais domésticos, nada mais é do que buscar mais segurança alimentar por meio da biodiversidade. Inclusive em um contexto de mudanças climáticas, pois a capacidade de produzir alimentos apesar das adversidades climáticas está diretamente associada à diversidade de produtos cultivados e à diversidade genética de cada produto.

Qualquer país com pesquisa agropecuária capaz de produzir sementes de muitas culturas alimentares para plantios irrigados ou de sequeiro; para o clima de montanha e o clima semiárido; para regiões temperadas ou equatoriais está mais preparado para se adaptar às mudanças climáticas do que aquele que depende apenas de dois ou três alimentos cultivados em grandes monoculturas uniformes.

A trabalha em favor da resistência a pragas e doenças e em favor da resiliência dos ambientes, resiliência esta entendida como a capacidade de um ecossistema voltar ao normal após uma agressão, seja um desastre natural ou um distúrbio provocado pelo homem. Ecossistemas preservados também têm maior capacidade de continuar assegurando serviços ambientais fundamentais para a produção de alimentos, como a fertilidade dos solos, os ciclos da água, a polinização, o controle natural de pragas, entre outros.

Em Hyderabad, na COP11, um dos temas em pauta é a integração de considerações relacionadas à biodiversidade e à segurança alimentar em diretrizes e documentos que abordam os efeitos das mudanças climáticas, incluindo os protocolos e os acordos da Convenção de Mudanças Climáticas. Além disso, há um movimento do secretariado da Convenção de Diversidade Biológica no sentido de estreitar o relacionamento e reforçar parcerias com os diversos organismos das Nações Unidas envolvidos com metas comuns. E este é o caso da própria FAO, atualmente focada na meta de reduzir pela metade o número de pessoas que passam fome até 2015 (Objetivos do Milênio).

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