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Conservadores eliminam primeiro dos cinco candidatos a líder

O candidato que receber menos apoio em uma votação secreta entre os 330 deputados "tories" na Câmara dos Comuns já ficará fora da disputa pela liderança


	David Cameron: a ministra do Interior, Theresa May, é uma das principais favoritas para herdar a chefia do governo
 (Leon Neal / Reuters)

David Cameron: a ministra do Interior, Theresa May, é uma das principais favoritas para herdar a chefia do governo (Leon Neal / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2016 às 13h56.

Londres - O Partido Conservador britânico eliminará na terça-feira um dos cinco candidatos a sucessor do primeiro-ministro, David Cameron, como líder da formação, um processo que se repetirá nos próximos dias até restarem apenas dois nomes.

O candidato que receber menos apoio em uma votação secreta entre os 330 deputados "tories" na Câmara dos Comuns já ficará fora da disputa pela liderança, que se iniciou após o anúncio da renúncia de Cameron perante a vitória do "Brexit" no referendo sobre o posicionamento do Reino Unido em relação à União Europeia (UE) no dia 23 de junho.

Na quinta-feira será eliminado um novo candidato, e na terça-feira da semana que vem se conhecerão os dois nomes que concorrerão ao posto de líder do partido no dia 9 de setembro.

A ministra do Interior, Theresa May, é uma das principais favoritas para herdar a chefia do governo, em um momento no qual o Reino Unido deve começar a escrever o roteiro que marcará sua saída da UE.

May, que completará 60 anos em outubro, se alinhou ao lado que defendia a permanência no bloco econômico antes do referendo, apesar de ter se mantido afastada dos holofotes durante a campanha e criticado a política de imigração europeia nos dias anteriores à consulta.

A ministra ressaltou que o voto pela saída é definitivo e que não se deve tentar "voltar a se unir (à UE) pela porta dos fundos", avisou que não convocaria eleições antes do fim do mandato, em 2020, e que a ativação do artigo 50 do Tratado de Lisboa, que inicia a contagem regressiva para romper com Bruxelas, não ocorreria até o fim de 2016.

Outro dos adversários com chances para obter votos necessários para seguir na disputa é o ministro da Justiça, Michael Gove, de 48 anos, amigo pessoal de Cameron, que decidiu se distanciar da postura oficial do governo e defender o "Brexit" antes do referendo.

Gove, ex-jornalista do jornal "The Times" e da "BBC", que não prevê iniciar o processo formal de ruptura com a UE pelo menos até 2017 se for eleito, se candidatou de surpresa à corrida pela liderança, quando se esperava que apoiasse uma eventual candidatura do ex-prefeito de Londres Boris Johnson.

Também concorre à liderança do partido a secretária de Estado de Energia e Mudança Climática, Andrea Leadsom, diretora bancária de 53 anos que se tornou deputada conservadora em 2010.

Leadsom, uma das dirigentes conservadoras mais ativas a favor do "Brexit" durante a campanha, afirmou que a liberdade de movimento dos cidadãos europeus no Reino Unido "terminará" se liderar o governo e que a ruptura com Bruxelas é "uma enorme oportunidade para um grande país" como o Reino Unido.

Stephen Crabb, de 43 anos, ministro de Trabalho e Previdência desde março, também concorre após permanecer no lado favorável à permanência antes do referendo.

Após a vitória do "Brexit", Crabb declarou que não se deve tentar "diluir" a vontade de 51,9% dos britânicos que votaram pelo "Brexit" e que o controle da imigração seria sua principal "linha vermelha" nas negociações para abandonar a UE.

O ex-ministro de Defesa Liam Fox, de 54 anos, se candidata pela segunda vez, após ficar em terceiro nas eleições internas de 2005, nas quais Cameron assumiu o comando do partido.

Fox assinalou que o Reino Unido deve renunciar ao mercado único comunitário se isso significar a manutenção da liberdade de movimento em solo britânico.

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