Theresa May: a primeira-ministra permanece na melhor posição para formar o novo governo (Neil Hall/Reuters)
AFP
Publicado em 8 de junho de 2017 às 20h37.
Os conservadores da primeira-ministra Theresa May lideram as eleições britânicas desta quinta-feira, segundo pesquisas de boca de urna divulgadas no fechamento das seções eleitorais, mas perderam a maioria absoluta.
De acordo com pesquisa compartilhada pelas emissoras BBC, Sky e ITV, os conservadores elegeram 314 deputados dos 650 (tinham 330), seguidos dos trabalhistas de Jeremy Corbyn, com 266 (229), o Partido Nacional Escocês, 34 (56), e o Partido Liberal Democrata, com 14 (9).
Após a divulgação das primeiras projeções, a libra esterlina caiu em relação ao euro, às 18H15 de Brasília, com 88,06 pence por euro contra 86,90 pence na véspera por volta das 18h00 de Brasília.
Também caiu ante o dólar, a 1,2723 dólar por libra contra US$ 1,2962 na quarta-feira.
Se os resultados da boca de urna se confirmarem, May sofrerá um revés considerável e será obrigada a negociar para formar um governo ou acordos pontuais, enquanto o que pretendia ao antecipar as eleições era enfrentar as negociações para a saída da União Europeia com um Parlamento favorável.
Comparativamente, o líder trabalhista Jeremy Corbyn melhoraria os resultados de seu antecessor, Ed Miliband, em 2015, e sairia muito fortalecido.
Outros grandes derrotados seriam os separatistas escoceses, que perderiam 22 deputados de 56 e veriam consideravelmente debilitada sua aspiração a um segundo referendo de independência em breve.
Adiantando as eleições de 2020 May "perdeu a aposta e até é prematuro afirmar que permanecerá como primeira-ministra", avaliou Paula Surridge, da Universidade de Bristol.
May permanece na melhor posição para formar o novo governo, mas as negociações poderão atrasar o início das conversações de divórcio com Bruxelas, previsto para 19 de junho.
O novo Parlamento se reunirá pela primeira vez em 13 de junho.
A campanha começou com May tendo 20 pontos de vantagem nas pesquisas, mas os cortes no orçamento da polícia após seis anos de austeridade conservadora, diante de três atentados em três meses, prejudicaram a campanha de May.
May planejou as eleições como um plebiscito entre ela, "sólida e estável", segundo seu lema eleitoral, capacitada para enfrentar uma União Europeia com sede de vingança após o Brexit, e um Corbyn que até pouco tempo era questionado até por seus deputados.
"Quero seu apoio para liderar o Reino Unido, quero a autoridade para falar em nome do Reino Unido, fortaleçam-me para lutar pelo Reino Unido", pediu May nas últimas horas de campanha.
O líder trabalhista de 68 anos se mostrou um adversário duro e afastou o foco do Brexit para concentrar sua campanha em temas como saúde e desigualdade.