Merkel está determinada a impedir ação unilateral das autoridades bávaras, o principal ponto de entrada de imigrantes na Alemanha (Axel Schmidt/Reuters)
Reuters
Publicado em 2 de julho de 2018 às 20h10.
Última atualização em 2 de julho de 2018 às 20h40.
Berlim - Parlamentares dos dois partidos conservadores da coalizão governista da Alemanha pediram nesta segunda-feira para a chanceler Angela Merkel e seu ministro do Interior resolverem uma disputa mutuamente danosa sobre a política imigratória que abalou o governo de três meses de Merkel.
O ministro do Interior, Horst Seehofer, no entanto, se recusou a mudar de posição e atacou pessoalmente a chanceler, com a qual tem um relacionamento conflituoso há tempos, em uma entrevista publicada nesta segunda-feira.
Líderes da União Social-Cristã da Baviera (CSU) e dos democratas-cristãos de Merkel (CDU) estavam em conversações na noite desta segunda-feira, tentando resolver uma disputa cada vez mais pessoal que ameaça derrubar seu governo.
Em uma reunião conjunta dos grupos parlamentares da CDU e da CSU, um coro de legisladores pediu a Merkel e Seehofer que superassem as desavenças depois que Seehofer ofereceu sua renúncia ao cargo no gabinete e na presidência da CSU em uma reunião do partido no domingo.
A CSU ameaçou impor novos controles na fronteira alemã nesta semana se considerasse que os acordos trazidos por Merkel de uma cúpula da União Europeia fossem insuficientes para aliviar o fardo imigratório.
Merkel está determinada a impedir uma ação unilateral das autoridades bávaras, o principal ponto de entrada de imigrantes na Alemanha, dizendo que ela viola a lei europeia.
A União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel depende da CSU para se manter no poder por meio de uma coalizão, que ainda inclui o Partido Social-Democrata de centro-esquerda e foi formada há meros três meses.
Os dois partidos de centro-direita têm uma aliança de 70 anos graças à qual a CDU cedeu à CSU o estandarte conservador na Baviera. Mas a CSU tem pela frente um forte desafio do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), quando o com as eleições regionais no Estado do sul em outubro.