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Komorowski é eleito presidente na Polônia

Pesquisas boca-de-urna apontam vitória de candidato liberal

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2010 às 17h30.

Varsóvia - Bronislaw Komorowski, o candidato pró-negócios do partido do governo Plataforma Cívica (PO), venceu a eleição presidencial da Polônia no domingo, segundo pesquisas de boca de urna, em um resultado que será aplaudido pelos investidores.

A pesquisa do canal de televisão estatal TVP aponta Komorowski, que anteriormente era presidente interino, com 53 por cento dos votos contra 47 por cento de seu rival Jaroslaw Kaczynski, líder do principal partido de oposição de direita Lei e Justiça (PiS).

Kaczynski rapidamente reconheceu a derrota.

Os mercados financeiros vão saudar o resultado porque Komorowski e o primeiro-ministro Donald Tusk são aliados do mesmo partido, e a previsão é de um grande engajamento com as políticas do governo orientado para o mercado.

O maior país ex-comunista membro da União Europeia foi a única economia no bloco a evitar a recessão no ano passado. No entanto, a Polônia precisa domar um déficit orçamentário elevado e a crescente dívida pública sem prejudicar sua frágil recuperação.

"A democracia ganhou hoje, a nossa democracia polonesa ganhou", disse Komorowski em um discurso de vitória, salientando a necessidade de diálogo e cooperação. "É importante não fomentar divisões, mas construir um senso de unidade."

Investidores temiam que uma vitória de Kaczynski - que se opõe aos cortes nos gastos e à privatização - pudesse aumentar a probabilidade de um conflito entre o governo e o presidente.

"A vitória de Komorowski pode ser vista como um fator de apoio à reforma fiscal, porque ele é do partido. Então, podemos imaginar que a reação do mercado será positiva", disse o economista-chefe do Banco Zachodni WBK, Maciej Reluga.

"No entanto, devemos lembrar que ainda enfrentamos eleições regionais e parlamentares (ainda este ano e em 2011, respectivamente), por isso não podemos esperar decisões impopulares (do governo)."

Na Polônia, o governo liderado pelo primeiro-ministro define a política, mas o presidente pode propor e vetar leis, nomear muitos funcionários-chave e intervir na política externa e na segurança.

O irmão gêmeo de Kaczynski, o presidente Lech Kaczynski, vetou vários projetos do governo antes de sua trágica morte num acidente de avião na Rússia em 10 de abril.

Kaczynski admitiu a derrota em um discurso para seus partidários, mas disse que o resultado também é um trampolim para as eleições do próximo ano.

O comparecimento às urnas foi relativamente alto, de 56,2 por cento, acima dos 54 por cento no primeiro turno, apesar dos receios iniciais de que o clima quente do verão poderia atrapalhar a eleição.

O resultado de domingo foi também impressionante para Kaczynski, que antes da morte de seu irmão tinha o maior índice de rejeição de qualquer político da Polônia e cujo partido estava bem atrás nas pesquisas de opinião.

Kaczynski conseguiu uma onda de simpatia do público com o falecimento do irmão e também pela campanha perspicaz que abandonou a retórica nacionalista para conquistar eleitores indecisos.

O resultado coloca Kaczynski e seu partido em uma posição mais forte antes das eleições parlamentares do próximo ano.

 

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