Urna com os votos no Egito: proposta antecipa em um mês a escolha do presidente (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2012 às 15h43.
Cairo - O Conselho Consultivo do Egito, criado para assessorar a Junta Militar que governa o país de forma provisória, propôs nesta terça-feira que as eleições presidenciais sejam realizadas em maio, um mês antes do previsto pelos dirigentes militares.
O porta-voz do órgão, Mohammed el-Juli, explicou que o Conselho pediu à cúpula militar que abra o processo de apresentação das candidaturas no próximo dia 1º de março.
Em declarações divulgadas pela agência oficial de notícias 'Mena', Juli indicou que o calendário proposto pelo Conselho antecipa o pleito para meados de maio para que o nome do novo presidente seja anunciado a princípios de junho.
A iniciativa foi apresentada por dois membros deste órgão, criado em dezembro passado: o candidato presidencial Mohammed Selim al-Awa e o chefe do Sindicato de Advogados, Sameh Ashur.
A Junta Militar, máxima autoridade do Egito desde a renúncia de Hosni Mubarak, em fevereiro do ano passado, se comprometeu a abandonar o poder no dia 30 de junho após a eleição do presidente, uma data considerada tardia por muitos ativistas e grupos políticos.
Esses grupos convocaram várias manifestações nesta terça-feira no Cairo para exigir que a Junta Militar trespasse o poder a uma autoridade civil de forma imediata.
Está previsto que o Comitê Eleitoral Presidencial egípcio comece os preparativos para este pleito na semana que vem.
Enquanto isso, o primeiro-ministro Kamal Ganzouri dirigiu nesta terça-feira seu primeiro discurso ante os novos membros da Assembleia do Povo (câmara baixa do Parlamento), que tomaram posse no último dia 23.
Em seu discurso, Ganzouri afirmou que os tribunais julgarão os assassinos dos manifestantes. 'A prioridade de meu governo é apoiar as famílias das vítimas e feridos (da revolução)'.
Além disso, ele enfatizou a necessidade de restaurar a segurança no país e melhorar a situação econômica, cuja dívida se multiplicou por seis em dez anos, segundo o primeiro-ministro.