Rebelde se protege de ataques próximo a uma refinaria em chamas na cidade de Ras Lanuf (Roberto Schmidt/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2011 às 23h30.
Nações Unidas - O Conselho de Segurança da ONU se manteve nesta terça-feira dividido em relação ao pedido da Liga Árabe de estabelecer uma zona de exclusão aérea na Líbia que impeça o bombardeio do regime de Muammar Kadafi.
Perante a falta de acordo, os 15 membros do principal órgão de segurança decidiram prosseguir na quarta-feira às 11h hora local (12h de Brasília) com as negociações do projeto de resolução que nesta terça-feira foi apresentado pelo Líbano, em colaboração com França e Reino Unido.
O documento autoriza a criação da zona de exclusão aérea e reforça as sanções impostas à Líbia no mês passado, que incluem um embargo de armas e sanções econômicas a seus líderes.
"Seguimos progredindo, apresentamos um texto e nos fizeram perguntas legítimas. Todos os países se mostraram dispostos a ajudar, portanto na quarta-feira começaremos a negociação do documento", disse o embaixador da França perante a ONU, Gérard Araud, na saída da reunião do Conselho de Segurança.
O diplomata assinalou que o projeto de resolução sobre o qual se trabalhou nesta terça-feira respondeu a algumas das dúvidas colocadas por certas delegações reticentes à medida, mas admitiu que "nem todas tiveram resposta".
"Obviamente teremos um debate, parágrafo por parágrafo, como é tradicional em uma negociação. Todos os membros estão dispostos a negociar e nenhum tentou bloquear", acrescentou.
O embaixador da Rússia, Vitaly Churkin, se recusou a responder se esclareceu as dúvidas que tinha na segunda-feira sobre quem e como seria implementada a zona de exclusão.
"Vamos estudar", se limitou a dizer o representante de Moscou na saída da reunião.
Por sua parte, o embaixador da Alemanha, Peter Wittig, explicou que na reunião também foi formulado perguntas aos proponentes da resolução e disse: "achamos que não nos responderam totalmente".
"São dúvidas sobre a participação árabe, se a implementação da zona não iria contra a opinião da Liga Árabe de que não haja intervenções estrangeiras ou sobre a eficácia da medida", indicou o diplomata alemão.
A delegação libanesa perante a ONU reiterou que o projeto de resolução apresentado nesta terça-feira segue as diretrizes marcadas pelos ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe, que expressaram no sábado em reunião extraordinária no Cairo seu apoio à imposição de uma zona de exclusão aérea.
O embaixador libanês, Nawaf Salam, defendeu que a imposição de uma zona de exclusão com o apoio das Nações Unidas não significa uma intervenção estrangeira no conflito líbio.