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Conselho de Segurança marca reunião sobre ataque químico na Síria

O anúncio sobre a reunião, marcada para amanhã, foi feito pela presidente de turno do Conselho e embaixadora americana Nikki Haley

Nikki Haley: a reunião foi marcada em resposta a uma solicitação da França e do Reino Unido (Mike Segar/Reuters)

Nikki Haley: a reunião foi marcada em resposta a uma solicitação da França e do Reino Unido (Mike Segar/Reuters)

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EFE

Publicado em 4 de abril de 2017 às 13h59.

Última atualização em 4 de abril de 2017 às 14h33.

Nações Unidas - O Conselho de Segurança da ONU fará uma reunião de emergência amanhã, quarta-feira, para analisar o suposto ataque químico na cidade de Khan Sheikhoun, na província de Idlib, no norte da Síria.

O anúncio da sessão foi feito nesta terça-feira pela presidente rotativa do Conselho, a embaixadora dos Estados Unidos Nikki Haley, que se mostrou muito preocupada com o episódio.

A reunião responde a uma solicitação da França e do Reino Unido, que tinham pedido que a questão fosse abordada no principal órgão de decisão das Nações Unidas o mais rápido possível.

O Conselho de Segurança já tinha uma sessão regular sobre o uso de armas químicas na Síria prevista para a tarde de quarta-feira, mas o suposto ataque em Khan Sheikhoun fez com que a reunião fosse antecipada e convertida em uma sessão de emergência.

O encontro, que segundo Haley terá portas abertas, será realizado às 10h locais de Nova York (11h de Brasília).

O secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou hoje através de seu porta-voz que qualquer uso de armas químicas é "extremamente alarmante" e representa uma "séria violação das leis internacionais".

O porta-voz, no entanto, disse que ainda não era possível "verificar positivamente" o uso de armas químicas nesse ataque.

A comissão das Nações Unidas que investiga os crimes no conflito sírio disse hoje que está investigando o fato, algo que também está sendo feito pela Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq).

O Conselho de Segurança abordou o uso de armas químicas na Síria de forma regular durante os últimos anos, mas as divisões em seu seio impediram que medidas fossem tomadas contra os responsáveis.

Uma investigação conjunta da ONU e da Opaq determinou que o regime sírio esteve por trás de vários ataques com substâncias proibidas em 2014 e 2015 e que o Estado Islâmico (EI) também usou armas químicas em pelo menos uma ocasião.

Em fevereiro, Rússia e China vetaram uma resolução que tentava impor sanções ao governo sírio.

O embaixador do Reino Unido na ONU, Matthew Rycroft, disse hoje que está "horrorizado" com o que aconteceu na província de Idlib e ressaltou que o ataque "tem o selo distintivo de mais uma campanha deliberada por parte do regime sírio e de seus aliados militares para usar armas químicas".

"Acredito que de todas as partes do conflito, apenas o regime tem o equipamento necessário para realizar um ataque como este", disse Rycroft.

Segundo o governo britânico, a reunião de amanhã deve servir para chamar a atenção sobre o ataque e para "pressionar" os que vetaram no passado a imposição de sanções pelo uso de armas químicas.

A França também apontou o governo de Bashar al Assad como suposto responsável e insistiu que o regime deve prestar contas.

"Como em Ghouta em 21 de agosto de 2013, Bashar al Assad ataca civis com meios proibidos pela comunidade internacional. Mais uma vez, o regime sírio negará a evidência de sua responsabilidade neste massacre", disse o presidente francês, François Hollande, em comunicado.

Os Estados Unidos também condenaram o ataque e alertaram que o mesmo "não pode ser ignorado", de acordo com o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.

Segundo a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), pelo menos 58 pessoas, entre elas 11 menores de idade, morreram nesse suposto ataque aéreo com um agente químico em Khan Sheikhoun.

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