Mundo

Conselho de Segurança da ONU tratará de tema palestino

Embaixadora informou que em 21 de outubro haverá um "debate aberto" sobre o Oriente Médio e a questão palestina


	Sede da ONU em Genebra: Conselho de Segurança deve tratar sobre a questão palestina em suas consultas
 (Wikimedia Commons)

Sede da ONU em Genebra: Conselho de Segurança deve tratar sobre a questão palestina em suas consultas (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2014 às 17h35.

Nações Unidas - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) analisará a questão palestina em 21 de outubro, embora, até o momento, não tenha recebido qualquer minuta de resolução para pedir a retirada israelense dos territórios palestinos, informou a embaixadora da Argentina perante a ONU, María Cristina Perceval.

Em 26 de setembro, em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, anunciou sua intenção de apresentar uma resolução sobre a questão palestina perante o Conselho de Segurança da ONU, este mês presidido pela Argentina.

Abbas disse que pediria ao conselho que exija a Israel a retirada dos territórios palestinos ocupados na guerra de 1967 como passo prévio ao reatamento das negociações de paz entre palestinos e israelenses.

Fontes diplomáticas sustentam que essa minuta, que inclui o prazo de novembro de 2016 para a retirada israelense, está buscando o apoio de nações árabes antes que seja levada ao Conselho de Segurança da ONU.

"Não chegou ao Conselho de Segurança nenhuma minuta de resolução sobre a questão palestina", afirmou María Cristina.

Perguntada especificamente sobre se algum representante na ONU tinha se aproximado da presidência do conselho para abordar o tema ela disse que "nem o grupo árabe nem nenhum embaixador em particular" tinham feito contato "até agora". A embaixadora argentina se reuniu com os jornalistas após definir o programa mensal do tema que abordará o Conselho de Segurança durante este mês.

Ela informou que em 21 de outubro haverá um "debate aberto" sobre o Oriente Médio e a questão palestina, como parte das consultas periódicas que o Conselho de Segurança realiza sobre este tema.

No mês passado, por exemplo, foram realizadas consultas sobre o Oriente Médio em três ocasiões. Em nenhuma delas foi aprovada qualquer resolução sobre a questão palestina, que seria de obrigatório cumprimento para os países integrados à ONU.

Em julho deste ano, circulou nos corredores da ONU uma minuta de resolução à iniciativa jordaniana para exigir a Israel o final dos ataques contra a Faixa de Gaza, mas em nenhum momento o texto tenha sido submetido a votação no Conselho de Segurança.

Em seu recente comparecimento perante a Assembleia Geral da ONU, Abbas disse que houve "contatos intensos" com o grupo árabe na ONU para levar esta resolução perante o principal órgão de decisões das Nações Unidas.

"Isto estará vinculado ao reatamento imediato das negociações entre Israel e Palestina para marcar as fronteiras, alcançar um acordo detalhado e integral e traçar um tratado de paz entre eles", disse o líder da ANP.

Por sua vez, a embaixadora argentina disse que, além do Oriente Médio e da questão palestina, o Conselho de Segurança da ONU terá este mês outros dois "debates abertos": um sobre os métodos de trabalho desse órgão e outro sobre o papel das mulheres na paz e na segurança.

Está programado ainda um acompanhamento das remissões que o conselho fez perante o Tribunal Penal Internacional, assim como uma análise da possibilidade de renovação das atuações das forças de paz na Somália e no Haiti. Consultas sobre Síria, Mali, Somália, Iêmen, Saara Ocidental e as armas químicas também serão feitas, acrescentou a embaixadora.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseConselho de Segurança da ONUIsraelONUPalestina

Mais de Mundo

Para ex-premier britânico Tony Blair, Irã é o principal foco de instabilidade no Oriente Médio

Naufrágio de iate turístico deixa pelo menos 17 desaparecidos no Egito

Social-democratas nomeiam Scholz como candidato a chanceler nas eleições antecipadas

Musk critica caças tripulados como o F-35 — e exalta uso de drones para guerras